Teste Cerebral do *abraço* pode Diagnosticar condições como Autismo

Teste Cerebral do *abraço* pode Diagnosticar condições como Autismo

Avaliar as pessoas dessa maneira seria um passo em direção a uma abordagem mais científica do diagnóstico, longe daquela baseada em como alguém se comporta ou como descreve seus sintomas. O Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA tem esse objetivo em mente desde 2013.

Marcel Just, da Carnegie Mellon University, em Pittsburgh, Pensilvânia, e seus colegas desenvolveram a técnica do escaneamento cerebral e a usaram para identificar pessoas com autismo. “Isso nos dá uma perspectiva totalmente nova para entender os transtornos psiquiátricos”, diz Marcel. “Descobrimos um marcador de pensamento biológico para o autismo.”

A técnica se baseia no trabalho do grupo mostrando que pensamentos e emoções específicos são representados no cérebro por certos padrões de ativação neural. A ideia é que desvios desses padrões, o que Marcel chama de marcadores de pensamento, podem ser usados ​​para diagnosticar diferentes condições psiquiátricas.

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Abraçar ou assistir?

A equipe pediu a um grupo de adultos que se imaginassem realizando ou recebendo 16 tipos diferentes de interação social, como “abraçar”, “apertar as mãos” ou “beijar”, enquanto estavam deitados em um scanner de ressonância magnética.

Quando pessoas com autismo contemplavam essas interações, regiões vizinhas do cérebro chamadas de cingulado posterior e uma chamada de precuneus eram muito menos ativas do que em pessoas sem a condição. Um algoritmo foi então usado para identificar quem tem autismo com base em tais padrões de atividade cerebral.

Quando Marcel testou o sistema em 34 pessoas – 17 com e 17 sem autismo – ele constatou com sucesso que tinha a condição para todas, exceto uma pessoa, uma taxa de sucesso de 97%.

Funciona porque o cingulado posterior e o precuneus são o centro do cérebro para o pensamento autorreferencial. “Quando solicitados a pensar em abraçar ou dar as mãos, os participantes neurotípicos se colocam nos pensamentos; eles faziam parte da interação. Para aqueles com autismo, o pensamento era mais como considerar uma definição de dicionário ou assistir a uma peça – sem auto-envolvimento”, diz Marcel.

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Mecanismo subjacente

Uma abordagem semelhante – observando como certos tipos de pensamentos diferem em diferentes grupos de pessoas – pode ser aplicável a outras condições mentais, diz Marcel. “Estamos atualmente realizando um pequeno estudo piloto em outro transtorno psiquiátrico e, até agora, parece promissor”, diz ele.

Por enquanto, porém, os resultados precisam ser repetidos em um estudo independente maior antes de sabermos se funciona para o autismo, sem falar em outras condições, diz Simon Baron-Cohen, diretor do Centro de Pesquisa do Autismo da Universidade de Cambridge.

“Os diagnósticos psiquiátricos são um fardo enorme para o indivíduo e a sociedade e há um crescente reconhecimento de que nossas classificações atuais, baseadas em sintomas auto-relatados, podem levar a resultados de tratamento ruins para muitos indivíduos”, diz Oliver Robinson, da University College London.

“Onde abordagens como essa prometem é esclarecer os problemas mecanicistas subjacentes nos distúrbios, que podemos eventualmente usar para desenvolver melhores tratamentos e levá-los às pessoas certas”, diz Robinson. No entanto, o uso clínico de tais técnicas ainda está longe, diz ele.

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