Codependência Afetiva: Sintomas, Causas e Caminhos para a Cura

Ilustração sobre Codependência Afetiva
Ilustração: depositphotos.com

Codependência afetiva: Quando falamos de relacionamentos, intimidade, laços e amor, falamos também de necessidades de proximidade por um lado, e de autonomia por outro. É natural e saudável, até certo ponto, ser dependente em todos os relacionamentos íntimos, afinal, a necessidade de proximidade e de relacionamento é importante para o ser humano.

Por outro lado, é preciso considerar que a individualidade, a proteção dos espaços pessoais e a autoafirmação configuram-se como necessidades igualmente essenciais para o crescimento pessoal.

Os relacionamentos tornam-se, portanto, uma tentativa delicada de manter o equilíbrio entre essas duas polaridades: necessidade de dependência/independência.

Quando essa dinâmica falha e se inclina de maneira extrema para uma das duas possibilidades, incorremos no que foi definido como vício em amor ou vício em relacionamento, do qual faz parte um subgrupo de experiências relacionais conhecido como codependência afetiva. Vejamos do que se trata a partir da sua definição.

O significado da codependência afetiva

O que se entende por codependência e qual é o significado de codependência afetiva?

O termo codependência apareceu pela primeira vez por volta dos anos 1950 nos Estados Unidos para indicar a categoria de pessoas que escolhem como parceiros indivíduos com comportamentos de abuso e dependência de álcool ou de substâncias, ou com familiares alcoólatras. Mais recentemente, o termo codependência vem sendo utilizado para descrever uma relação codependente, ou seja, aquele tipo de relação em que um dos parceiros está em uma condição de forte necessidade de ajuda, elemento que se torna o fator de ligação e a condição de estabilidade e continuidade do próprio relacionamento.

Se, por um lado, temos um parceiro fortemente necessitado de ajuda, por outro, encontramos um indivíduo inclinado de forma extrema em direção àquele que necessita e que, como afirma a psiquiatra e psicanalista K. Horney, “socorre o outro para resolver seus próprios sentimentos”.

Em síntese, podemos dizer que a codependência afetiva é uma condição de dependência que prevê uma ambivalência básica: estabelece-se uma relação fundada na esperança de que o parceiro possa mudar graças aos cuidados do codependente, mas se isso acontecesse, arriscar-se-ia a ruptura do vínculo, baseado justamente na condição de necessidade do outro.

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Os sintomas da codependência afetiva

Muitos estudos se interessaram pelo tema da codependência a fim de identificar tanto as características descritivas desses modos de estar em um relacionamento quanto os elementos para estruturar da melhor forma um percurso terapêutico.

Entre os sintomas da codependência, podemos listar:

  • Baixa autoestima
  • Dificuldade em definir os limites dentro dos relacionamentos
  • Dificuldade em reconhecer suas próprias necessidades
  • Forte propensão a cuidar das necessidades do outro em detrimento das próprias
  • Dificuldade em viver de maneira moderada, tendendo aos excessos na expressão de si mesmo

A essas características frequentemente se associam também comportamentos de controle do parceiro e do relacionamento, bem como uma tendência a buscar a felicidade e a satisfação fora de si mesmo.

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As causas da codependência afetiva

Frequentemente, esses modos peculiares de se relacionar são fruto da repetição de modelos familiares disfuncionais. Em outras palavras, ter estado imerso em contextos de vida difíceis pode sugerir implicitamente que os relacionamentos íntimos sejam difíceis por natureza.

Entre as causas da codependência, podem ser identificados:

  • Ter experimentado um tipo de apego inseguro
  • Ter sido exposto a condições abusivas ou violentas
  • Ter traços de personalidade dependente

Além disso, crescer com um pai ou mãe narcisista, dependente de drogas ou com sofrimento psicológico significativo, ter sido exposto a violência doméstica ou ter experimentado uma perda precoce podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de uma modalidade relacional codependente.

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Tipos de codependência

Com base em tudo isso, a título de exemplo, é possível listar diferentes tipos de codependência:

  • Codependência familiar: Nessa situação, as necessidades fundamentais da criança não foram reconhecidas. Isso pode ocorrer devido à incapacidade dos pais de sustentar no filho o senso de segurança ou de serem merecedores de amor por sua singularidade. Outras vezes, é um excesso de cuidados parentais, fortemente inclinados a antecipar de maneira ansiosa as necessidades imaginadas dos filhos. Em ambos os casos, acontece que a criança não consegue manter seu próprio papel, pois é hiper-responsabilizada ou privada da possibilidade de se individuar e reconhecer suas próprias necessidades.
  • Amizades codependentes: Essas tomam a forma de laços exclusivos nos quais, para o codependente afetivo, os outros são vistos como intrusivos. Essas relações também se sustentam na premissa básica de que um dos dois é necessitado e o outro pode se sentir útil ao cuidar dele.

Codependência afetiva no relacionamento

O codependente sabe amar? A pergunta surge espontaneamente. Um relacionamento saudável ajuda no crescimento pessoal e a realização profunda de si mesmo, tanto como indivíduo quanto como parte de um casal.

Como vimos até agora, no entanto, o implícito da relação codependente é “te amo porque você precisa de mim”. Então, como ama um codependente?

A condição básica para que a pessoa codependente possa amar é se inserir em uma dinâmica em que assume o papel de salvador (o que é definido como “síndrome da enfermeira”) de um parceiro vítima ou necessitado.

Assim, mais do que diante de uma experiência de amor, nos relacionamentos de casal codependentes, estamos diante da repetição de esquemas rígidos que alimentam o sentimento de impotência, baixa autoestima e, em última análise, a impossibilidade de crescimento para ambos os parceiros.

Codependência afetiva: qual é a cura?

Não existem testes específicos que investiguem a codependência. No entanto, é possível submeter-se a uma investigação testológica que busque os fatores associados a essa condição, ou seja, todos aqueles testes de personalidade que podem revelar aspectos ligados à codependência, como por exemplo:

  • Baixa autoestima
  • Tendência à idealização
  • Medo de abandono
  • Estilo de apego inseguro

Como sair de uma codependência?

Para sair de uma condição de codependência, a pessoa pode procurar ajuda profissional, como um psicólogo ou terapeuta, que a apoiará em um percurso terapêutico. Este caminho pode incluir:

  • Aceitação profunda da própria história de privação emocional, deixando de focar na dor dos outros e voltando-se para si mesma.
  • Elaboração do próprio sofrimento.
  • Renúncia ao papel de salvador, deixando de ser o “pai” do parceiro e tentando tornar-se o “pai de si mesmo”.
  • Trabalho nas polaridades dependência-independência.

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Como sair de uma relação de codependência

Sair de uma relação codependente é possível tanto por meio de terapia individual quanto pedindo ajuda a pessoas que passaram por experiências semelhantes, experimentando o sentimento de não estar sozinho.

Este é um conteúdo informativo e não substitui a diagnose de um profissional.

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