5 mitos sobre a DEPRESSÃO que devem ser ELIMINADOS imediatamente

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Enquanto persistirem os equívocos sobre doenças mentais, o mesmo ocorrerá com o estigma.

A depressão, assim como a arte, nunca pode ser adequadamente descrita apenas em palavras, embora Andrew Solomon se aproxime um pouco em suas citações:

“Eu me sentia como se tivesse uma necessidade física, de urgência e desconforto impossíveis, dos quais não havia alívio. Era como se eu estivesse constantemente vomitando, mas não tivesse boca. O ar parecia espesso e resistente, como se estivesse cheio de papel amassado.”

Através da metáfora, Andrew desenha uma imagem vívida do inefável, assim como escritores e artistas ao longo da história, desde as pinturas de Edvard Munch e Vincent van Gogh até os escritos de Sylvia Plath e Virginia Woolf.

Embora as palavras possam fazer justiça e a arte possa transmitir uma essência, a menos que alguém tenha sofrido a experiência, a natureza intangível da depressão, como outras “doenças invisíveis”, torna muito mais difícil a recuperação de alguns pacientes.

Muitas vezes, tememos o que não entendemos e, tanto o medo quanto a falta de entendimento, criam um terreno fértil para o estigma.

Mais perturbador ainda é que, devido a muitas pessoas distorcerem o que realmente é a depressão, o estigma e a vergonha auto-internalizados são perpetuados. Diante disso, uma grande porcentagem daqueles que sofrem realmente de depressão não será tratada.

Abaixo estão alguns mitos mais comuns sobre depressão que precisamos eliminar de nossas vidas:

Mito #1: “Levanta dessa cama e vai trabalhar. Você tá assim porque não faz nada da vida”

Depressão não é uma escolha. “Nenhum indivíduo desejaria a sintomatologia que ela traz”, diz a Dra. Gabriella Farkas, fundadora da Pearl Behavioral Health & Medicine PLLC.

“Existem relações complexas e recíprocas entre a química do cérebro, o funcionamento e o ambiente”. Ela ressalta também que os fatores neurológicos estão amplamente fora do controle humano: “As pessoas podem estar predispostas a ficar ou permanecer deprimidas devido apenas ao estado do cérebro [mas] existem fatores ambientais cruciais”.

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Mito #2: “A depressão é coisa da sua cabeça”

Pensar positivo ou optar por ver o copo “meio cheio” são sugestões frequentes oferecidas em livros de autoajuda e algumas modalidades terapêuticas.

Para alguns, isso pode ser um conselho útil. No entanto, criar uma narrativa positiva em torno de uma situação negativa requer o uso de processos cognitivos deliberados.

“Na depressão clínica, os concomitantes corporais (por exemplo, baixo nível de energia, incapacidade de ativar o circuito do prazer, etc.) são fixos e os padrões cognitivos perdem sua flexibilidade. Quando isso acontece, apensar pensar positivo não ajuda“, explica Harold W. Koenigsberg, professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina Mount Sinai e membro do conselho fundador da Hope for Depression Research Foundation (HDRF), que é dedicado a encontrar uma cura para a depressão.

”Quando alguém tem um diagnóstico debilitante verdadeiro, como o transtorno depressivo, simplesmente sair da cama para tomar banho pode parecer fisicamente impossível.”

Mito #3: “Você não tem motivo para estar deprimido.”

A depressão é tão enganosa e persuasiva quanto um político corrupto, te convencendo de todo tipo de mentiras, como: “Você não tem o direito de ficar deprimido. Veja tudo o que você tem. Você deveria estar agradecido. Depressão é falta de Deus”…

Tais comentários dos entes queridos, embora possam ser bem-intencionados, apenas reforçam e agravam a culpa, que é um sintoma comum da depressão.

“Nossa cultura geralmente reforça essas crenças”, diz Suzanne Smolkin, vice-presidente de Operações Clínicas da HMC HealthWorks. “Em livros e filmes, o herói geralmente decide fazer alguma coisa e realiza isso com pura força de vontade e coragem. Embora isso possa funcionar com muitas coisas”, diz ela, “lidar com a depressão é diferente. A depressão consome a energia que nos ajuda a lidar com as coisas.”

Outro ponto importante que Suzanne ressalta é que, diferentemente de muitas outras condições médicas, a depressão distorce a percepção de si e do mundo, e é aí que entra a culpa: “Quando você está sofrendo de depressão, muitas vezes não consegue ver o que está sentindo.”

Mito 4: “Se você tem saúde pra andar, não deveria estar deprimido.”

“Quando você está gripado, você toma um remédio e fica em casa. Com a depressão, é realmente bastante diferente”, diz Madisyn Taylor, fundadora do DailyOM e autora de Unmedicated: The Four Pillars of Natural Wellness.

“Muitas pessoas com depressão continuam trabalhando e vivendo suas vidas normalmente. Pode ser difícil diagnosticar a depressão porque muitas vezes a pessoa não sabe que tem.” É por isso que a depressão é referenciada como uma “doença invisível”.

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Mito 5: “Se você fosse forte o suficiente, não ficaria deprimido.”

Estar clinicamente deprimido não tem nada a ver com ser forte ou fraco. De fato, é preciso muita coragem para pedir ajuda quando você está sofrendo.

Das profundezas da dor psíquica, muitas vezes emerge com força uma apreciação renovada pela vida.

Muitos que lutaram e conseguiram sair do abismo da depressão (ou outra condição de saúde mental) podem realmente apreciar a sensação de serem libertados de suas garras. Além disso, alguém que foi forçado a lutar contra as marés do estigma social, geralmente tem o caráter e a profundidade da alma de um sobrevivente.

“Ser uma sobrevivente exige uma enorme quantidade de força”, observa Taylor, que diz que a depressão a ajudou a sobreviver a um trauma na infância. “A depressão foi minha amiga por muitos anos. Ela me protegeu, meio que jogou um cobertor sobre mim; serviu a um propósito para mim.”

Por meio de seu processo de cura, ela diz que encontrou um poço de força que ela nunca soube que existia: “A maioria tem. Eles só precisam encontrar essa centelha.”

Para ela, essa centelha foi a oração: “Conversar com Deus me permitia acalmar minha mente. Ele me mostrou o caminho para sair desse túnel que não parecia ter fim”.

Taylor atribui seu sucesso hoje à sua experiência com Deus: “Eu não faria o que faço hoje se não tivesse vivido e sobrevivido à depressão e à ansiedade. Deus tem um papel muito importante no meu sucesso, pois nEle eu encontrei muita força”.

Em vez de ver um diagnóstico de depressão como uma sentença de prisão perpétua, que tal adotá-lo como um desafio — usá-lo para crescer, aprender e também para ajudar outra pessoas que também sofrem com isso?

Como tem sido sua experiência com a depressão? O que você tem feito quanto a isso? Compartilhe com a gente nos comentário abaixo!

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