Reflexões sobre o medo

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O medo paralisa, nos deixa estagnados pois tudo o que é novo assusta e estamos acostumados a viver na mesma rotina, no que nos faz sentir seguros e quando, por algum motivo a vida se mostra ali, ativa e como um inesperado e assustador furacão, vira nossas vidas do avesso, mas não um avesso comum, um avesso complexo e cheio de mistérios, dores, surpresas, verdades, revoltas, angústias, reviravoltas, lágrimas, muitas lágrimas e diante de uma situação de extrema e profunda impotência, o tão temido e assustador medo nos invade, toma conta de nossas almas, de nossas células, de nossa mente, nos desgovernando e assim governando nossas vidas, pois o medo é paralisante e insuportavelmente limitante; Ele nos faz sentir impotentes diante de tantos sentimentos confusos.

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Nossa capacidade de lidar com as adversidades se torna quase nula quando todo nosso ser está dominado pelo medo, medo de amar, medo de errar, medo de perder, medo de arriscar, medo de falhar, medo de falar, medo de ouvir, medo de saber, medo de não saber, medo de ir, medo de ficar, medo de acordar, medo de não acordar, medo de morrer e o que é pior:
Medo de viver.

Lidar com a sensação constante de fracasso destroça a alma, cansa a mente, o corpo e espírito, o sentimento de menos valia (inferioridade) nos invade por inteiro, nos fazendo sentir vergonha do que foge ao nosso controle, e nos faz sentir vergonha do que não fizemos.

Ouvimos, ao longo de nossas vidas, o quão limitados somos e que lamentavelmente passamos a validar afirmações como esta e assim deixamos de arriscar, de sonhar, de sermos nós mesmos, em nossa mais profunda essência, acreditando realmente que somos mais um ser ínfimo e insignificante diante de um oceano de completos estranhos supostamente perfeitos, com vidas perfeitas.

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Passamos a acreditar que todas as nossas lutas, dores, fracassos e sucessos não têm o menor valor e que nossos esforços foram todos em vão e é exatamente aí que o medo se instala sem a menor previsão de partir e junto com ele vêm muitos outros perversos e sombrios sentimentos; passamos a questionar nossa sanidade, nossa capacidade de julgamento, de discernimento, sobre tudo, do que é certo e errado.

Difícil olhar a beleza e o perfume das flores quando as dores, injustiças e calúnias ofuscam miseravelmente a amplitude do nosso ser, dos nossos sentidos.

Difícil admirar o luar, as estrelas e o Céu, quando a dor é tão escura quanto a noite.

Difícil admirar e receber mais um novo dia, quando sabemos que nada vai mudar, a luz do Sol não ilumina mais nossos dias, não enchem mais os olhos com todo o seu esplendor, o calor do Sol não aquece mais a alma e nem tampouco consola o coração e o medo está ainda conosco, mas de mãos dadas com algo ainda mais assustador: A depressão.

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E assim, resilientes, nos levantamos, respiramos fundo e seguimos com nossas vidas tentando recolher os cacos do que sobrou de nós, acreditando assim que talvez, desta vez, a vida realmente valha à pena.

Claudia Pessoa

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