Não reprima os seus sentimentos: chorar é para os fortes!

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Frieza, insensibilidade, falta de empatia. Egoísmo, egocentrismo, frustração, amargura. Medo, ansiedade, angústia. Corações partidos e esgotados de muitos vazios. Tempos modernos. Falta de tempo. Vida. Morte. Morte em vida. Vida insensível. Invisível.

Soa familiar pra você? Eu tenho certeza que você consegue relacionar muitos aspectos que eu citei acima com muita gente, inclusive com você mesmo.

Mas já que estamos falando sobre você, eu gostaria que você refletisse e respondesse para si mesmo: alguém já lhe mandou engolir o choro? É bem provável que a resposta seja “sim”, e se você for homem, a probabilidade é maior ainda. Porque obviamente, homem que é homem não chora, não é mesmo?

Se você achou que eu estava falando sério, me perdoe por lhe desapontar, mas homem que é homem chora sim, chora mesmo, tem alguns, inclusive, que quase desidratam de tanto chorar. Assim como muitas mulheres. Eu, por exemplo, sou uma chorona de carteirinha!

P.S.: Aliás, eu não conheço nenhum homem que não seja homem, nunca vi um homem dinossauro, homem periquito ou homem qualquer coisa que não seja “homem – homem”. Então, vamos abolir de uma vez por todas esse conceito de “homem que é homem”, porque isso soa no mínimo, como uma expressão preconceituosa e totalmente sem sentido.

Enfim, não importa se você é homem ou mulher, o que importa é que você é um ser humano, e sendo humano, é possível que você também já tenha reprimido o choro alheio e até o seu, e eu lhe convido a pensar sobre isso, sobre o real motivo dessa repreensão:

Por que não chorar? Por que não se permitir expressar e externalizar o que você sente? Por que essa necessidade de parecer insensível? Para onde foram as lágrimas que você engoliu? Elas foram em direção ao seu coração e se petrificaram? Ou você ainda carrega o peso de todas elas?

Chorar faz bem, alivia a tensão e o estresse, nos liberta de pesos e de sentimentos desnecessários.

Chorar pode ter efeitos analgésicos, pois o choro libera oxitocina, adrenalina e noradrenalina (hormônios responsáveis pelo bem estar).

Ou seja, isso significa que provavelmente após chorar, você irá se sentir melhor, menos ansioso e automaticamente, mais relaxado.

Chorar não tem nada a ver com fraqueza! Em um mundo de tiranos, para se permitir sentir, você precisa ser forte!

Vivemos em tempos de inversão de valores e eu acho que isso não é novidade. No que se trata de sentir e de sensibilidade, também não é diferente.

Em uma sociedade totalmente adoecida, o “bom”, o “bonito”, o “ideal” é demonstrar menos, sentir menos, se envolver menos.

Até nos relacionamentos, muitas vezes, a pessoa que menos sente, a que consegue ser mais indiferente ou a que faz o papel de “to nem aí pra você porque eu sou maravilhoso(a) e me basto”, é quem está, aos olhos de muitos, “por cima”.

E o egoísmo impera. Porque no final das contas, o que muitas vezes é pregado é que você tem que se importar somente com você, mas na verdade, você também é responsável pelos danos que você causa no outro por livre e espontânea vontade. O outro também é responsabilidade sua/minha/nossa!

Existe uma ideia totalmente equivocada que associa sensibilidade à fraqueza. Mas para ser sensível, meu (minha) querido (a), é preciso ser muito forte!

Quando você se mostra sensível e pratica a sensibilidade, quando você sente, você se expõe. Para se expor, você precisa abdicar do medo. Você não pode ser covarde. Ao contrário, você precisa ser forte.

Ao contrário do que muitos pensam, sentir é para os fortes, os menos fortes passam a vida fugindo de sentimentos (ou de si mesmo) e criando mecanismos de defesa, como forma de autoproteção. Geralmente por medo ou por baixa tolerância à frustração.

Engolir o choro, desta forma, não me parece ser a melhor opção.

Precisamos aprender a administrar o que sentimos. Precisamos nos permitir sentir e aprender a identificar o que sentimos.

Só uma pessoa com um bom nível de autoconhecimento consegue identificar os seus sentimentos.

Muitas pessoas só sabem que estão bem, ou não estão. Não conseguem identificar o que sentem.

Há também aquelas que são incapazes de identificar qualquer tipo de sentimento. Geralmente acontece com pessoas emocionalmente imaturas, que por não saberem lidar com sentimentos e emoções acabam se fechando em seu “próprio mundinho” ou ficando agressivas.

Comece a sentir, mude a sua percepção. Quando algo lhe incomodar observe a si mesmo, como você se sente? O que você sente? Em qual parte do corpo você sente? Tente identificar. Da mesma forma quando você estiver “feliz”. Quais outros nomes você pode dar para felicidade e tristeza, quais são os sentimentos possíveis em ambos os “estados”?

É um exercício bacana! Eu pratico muito! Sempre podemos nos conhecer mais, aprender mais sobre nós mesmos, sobre as nossas verdades! E conhecimento da verdade é libertação!

Se permita sentir! Seja sensível a você mesmo e também ao outro!

Você não é fraco, sentir não é feio, é real, é intenso, é vida!

Se sentir vontade de chorar, chore; se sentir vontade de sorrir, sorria; se desbloqueie, se sinta!  Não se reprima!

A vida fica mais leve quando você aprende a entrar em contato consigo mesmo!

Que tal fazer o teste? Você topa?

Jóice Bruxel – Psicóloga em Curitiba – CRP 08/25350

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