A ansiedade e tudo o que o ela me rouba.

Talvez você já tenha lido algum texto meu sobre a ansiedade. E é incrível como ela parece fazer parte da minha vida. Mesmo que hoje em dia eu tenha aprendido a lidar com os seus sintomas, preciso ser sincera e dizer o quanto eu tenho que rebolar para fazer com que ela não acabe comigo.

A ansiedade faz com que meu corpo doa e que a minha mente se esgote. Ela deixa meu peito apertado e a minha garganta com um nó enorme. Sem contar a boca seca, os braços e pernas formigando, vontade incontrolável de chorar e pensamentos que dizem que eu não sou boa o suficiente para nada. E eu já sei que não tenho o controle sobre as minhas preocupações, sobre os meus sentimentos… mas a ansiedade faz com que eu fique me preparando o tempo todo, como se fosse possível evitar que algo ruim me aconteça. Acredito que essa seja a pior parte, descobrir que de fato, não tenho controle sobre nada.

A ansiedade me faz cancelar planos com pessoas queridas, e não por que eu não quero vê-las, mas às vezes só sinto vontade de ficar sozinha. Peço desculpas demais, e acredito que estou sempre atrapalhando… a ansiedade me faz sentir a falta dessas pessoas, mas ao mesmo tempo querer ficar longe delas, por saber que muitas não irão me compreender. Meu coração acelera, perco o sono e choro por imaginar que vou perder todos os meus amigos.

Vivo medindo as palavras e me sufocando com tudo o que não disse. Ou então, falo muito e me arrependo por ter machucado alguém. Mesmo depois de ter pensando demais antes de agir. Sinto-me triste e irritada o tempo inteiro, é como se o chão se abrisse a cada tentativa de levantar e fazer algo dar certo.

Cada músculo meu vive tensionado, e eu juro pra você que não sei lidar com todas essas dores que apertam meu corpo. Sinto que a cada minuto alguém estar chateado comigo e me afasto para não magoar ninguém. Mas também me cobro bastante, porque preciso cuidar de todo mundo, mas não deixo ninguém cuidar de mim. Pareço evitar pessoas, quando na verdade tudo o que eu quero é um colo e um abraço. Mas não queria ter que pedir isso.

A ansiedade me rouba a criatividade, sabotando cada projeto que eu crio. Ela me rouba a paz, a alegria, o contentamento, a esperança, os amigos e a vida. Me rouba a felicidade de saber viver cada dia como se fosse o último, e de estar com os amigos celebrando as pequenas alegrias. Essa danada da ansiedade me rouba o controle da minha mente e do meu corpo.

Ela me faz pensar que estou sozinha, quando na verdade eu sei que não estou. Ela me faz comer comida demais, só pra ter o gostinho de me fazer sentir culpada. Me rouba o sono, o gosto das coisas, a energia, a vontade de orar e o sorriso de me fazer acreditar que nenhum dia mau dura para sempre.

E se você é meu amigo e leu esse texto, acredito que agora vai perceber o quanto eu luto com toda essa confusão dentro de mim. O quanto eu preciso de você comigo, mesmo quando tudo o que você tem de mim, é a ausência. Prometo — ou pelo menos tento prometer — que estou tentando resolver tudo isso da melhor forma, porém enquanto eu não consigo, preciso saber que posso contar com a sua presença e seu abraço. E por favor, não preciso de nenhum questionamento ou crítica, pois garanto a você que as minhas já me são suficientes. Por isso eu peço que seja gentil e esteja ao meu lado, como muitas vezes eu estive do seu.

Vanessa Pérola

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