O relato revoltante de uma mulher que sofria ABUSO VIOLENTO de seu marido (história forte)

Tenho 33 anos e fui casada por 8 anos em um relacionamento abusivo. Nasci em um lar cristão no qual fui ensinada a servir sem reclamar. Casei virgem com 20 anos com um cara 9 anos mais velho que eu.

Fui abusada sexualmente muitas vezes por meu ex-marido. Ele me batia durante o sexo até ficar completamente exausto e conseguir então o seu prazer.

Enquanto ele dormia eu chorava baixinho, se não apanhava outra vez.

Quando a situação financeira dele piorou bastante, eu precisei voltar a trabalhar. Ele foi em uma loja de produtos de beleza e comprou uma base, e disse: use quando precisar para não termos problemas.

E assim eu fazia dia após dia, pois sou da área da saúde e sei que as pessoas percebem com facilidade comportamentos diferentes, porém eu sempre negava, pois ele dizia “se você contar eu te mato de tanto bater até você ficar desfigurada”.

Então mantive aquela relação, até que comecei a ficar muito doente e passar mal. Desmaiei no hospital onde trabalhava e quando acordei estava no soro e a enfermeira falou: “colhi sangue para fazermos uns exames, não se preocupe vai ficar tudo bem, tente descansar”.

Fechei meus olhos e implorei a Deus… quero estar morrendo, não suporto mais essa vida.

Enfim umas duas horas depois chegou o resultado e fora uma anemia grave — pois eu só comia no hospital — eu estava grávida, para o meu total desespero.

Chorei como uma criança, e todos felizes ao meu lado, mal sabiam o que eu passava.

Fui para casa ao término do plantão e senti que aquele bebê talvez fosse a oportunidade para que eu não apanhasse mais — quem dera eu estivesse certa.

No dia seguinte tomei coragem e contei ao meu marido: Estou grávida!

Ele disse: “o que sua vadia? Como assim grávida? Eu não quero filho seu, você só serve para bater e mais nada”.

Porém aquele dia ele não me tocou.

Passou vários dias sem falar comigo e eu continuei seguindo minha rotina, mas quando fui ao médico descobri que iria ter problemas, eu tinha marcas por todo o corpo e o médico queria me examinar, tentei argumentaram com o médico que o fato de eu trabalhar com ele me deixava com vergonha. A desculpa colou — pelo menos na primeira consulta.

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O tempo foi passando e eu fui fazer ultrassom para ver a saúde do bebê e quando ouvi a batida do coraçãozinho, senti que minha vida finalmente tivesse um sentido, fiquei de olhos fechados ouvindo aquele maravilhoso som.

Mas para minha surpresa o médico virou e disse: “você é uma mulher de sorte, a encomenda veio em dobro”.

Saí do consultório sem chão. Fiquei mais de 2 horas sentada na escada de emergência chorando e pensando como eu iria fazer para criar dois filhos… meu marido iria me matar.

Segurei a informação comigo por alguns dias até que contei, e ele teve um surto, dos piores que eu já tinha visto, me bateu tanto que até perdi a consciência.

Quando acordei ele não estava mais lá. Meus braços doíam, minha barriga doía, e meu rosto estava coberto de sangue e esperma.

Chorei por ter passado por aquilo tudo, pois nunca apanhei dos meus pais, sempre fui uma boa filha, tirei as melhores notas, estudei e me formei na faculdade. Eu não mereço essa vida, não só por mim, mas também por meus filhos.

Ele ficou um tempo sem falar ou ter qualquer tipo de contato comigo.

Ele era um “homem de Deus”… ia a igreja segunda, quarta e domingo, era admirado pelos irmãos como um bom esposo e todos davam parabéns pelos gêmeos que ele mesmo contou a igreja com alegria.

Quando completei seis meses de gravidez eu não tinha engordado quase nada, estava na casa da minha mãe almoçando em família em um domingo, e chegou um primo que eu não via ha séculos e me abraçou, me beijou e abençoou os babys e almoçou com a gente. Meu marido se irritou com a presença dele e pediu para irmos, minha mãe insistiu para ficarmos mas meu marido disse “não!”, se despediu e saímos.

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No caminho ele disse: “se prepara que chegando em casa vamos acertar nossas contas”, eu chorando já implorei para ele ter cuidado com os bebês… ele disse que não ia fazer nada aos bebês, mas já não poderia prometer nada sobre a mãe deles.

Nessa noite ele quebrou meu maxilar, 2 dentes e um osso do rosto, saí de casa no Samu e ele disse que me achou assim e ligou…

E eu disse que foi um assalto.

Fui internada às pressas com contrações e hipovolemia, meus bebês nasceram antes do tempo, um menino e uma menina. Eu estava totalmente sedada quando eles vieram ao mundo, fiquei em coma por 14 dias, quando acordei estava com uma dor insuportável.

A primeira coisa que perguntei quando o médico tirou o tubo da minha boca foi sobre a saúde dos meus bebês.

A situação era grave, eu mal podia esperar para ver o rosto dos meus filhos. Quando tive condições, fui levada à UTI e vi os meus pequenos com os olhos cobertos, os dois juntinhos cobertos de fio, a fralda era gigante para eles. Chorei tanto sobre aquela incubadora, me sentia culpada por ser fraca e não largar aquele monstro.

Estava chorando na UTI e meu marido chegou: “eu vim correndo quando soube que você acordou, me conta, o que aconteceu com você? E a mão dele estava apertando o meu braço.

Tomei coragem por meus filhos e disse: “vou contar, assim que a polícia chegar.”

Ele disse baixinho: “você não seria capaz.” Eu mato você e mato eles também.”

Eu respondi: “Tenta!” Juro que não sei de onde veio aquela coragem.

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Logo comecei a receber visitas… irmãos da igreja, muitos deles com palavras de carinho e conforto, no entanto outros com palavras dolorosas, de que eu estava pagando meus pecados, que meus filhos estavam naquela situação por culpa minha. Uma louca disse que eu não deveria tirar leite para eles pois depois ia ter de fazê-los vomitar por conta do pecado original… Foram tantas palavras que quase me afastaram da fé.

Até que dois dias após eu acordar a polícia veio, e eu não conseguia falar nada, só chorava. A psicóloga tentou ajudar mas eu tinha muito medo, pois sabia do que ele era capaz, então fui fraca mais uma vez e disse que tinha sido assaltada. Lembro do olhar carinhoso do policial, que já era um senhor, e pegou na minha mão e disse: “você tem certeza minha filha? Porque eu juro que vou proteger você e seus filhos com a minha vida se necessário for!” Pois é… ele sabia da verdade.

E eu disse que não conseguiria reconhecer o assaltante.

Passei 13 dias no hospital com os meus filhos, mas acordei em uma madrugada e fui até a vidraça da UTI, e do lado de fora do hospital eu conseguia ver duas pombas brancas, naquele momento tive certeza que meus filhos não ficariam nos meus braços.

Lágrimas molharam meu rosto, assim como nesse momento.

Passou mais 3 hora e eu com uma calma que não era minha, fiquei sentada o tempo todo ao lado da encubadora e não saí pra nada. Teve um momento que eu fui falar com a enfermeira e disse que queria segura-los, ela disse que eu não poderia.

E logo em seguida eu peguei no braço dela e disse: “quero abraça-los enquanto estão quentes.” Ela chorou e sentiu que eu falava muito sério, com grande ajuda de todos ela pegou primeiro o menino, lindo e perfeito, e com todos aqueles fios e tubos, o colocou no meu colo. Depois colocou minha pequena princesa do tamanho da minha mão e os dois ficaram deitados sobre o meu peito juntos com as mãos entrelaçadas, e eu senti o exato momento da partida deles. Primeiro minha menina deu um suspiro forte, 10 minutos depois meu menino apertou a mão da irmã e se foi, meus anjos partiram nos meus braços.

Foi o dia mais difícil da minha vida, fiquei sem chão, sem ação. Por tempos com eles no colo, é dor que desatina e dói. Dói muito.

Após o sepultamento dos meus filhos que foi a coisa mais dolorosa que eu já vivi, eu chamei novamente o policial, que tinha deixado o seu telefone pessoal comigo, fui até a delegacia e contei toda a verdade para ele, os anos de abuso, as surras, as fraturas, as múltiplas visitas aos hospitais, a visão que perdi parcialmente.

Ficamos 3 horas conversando, porque aquilo não foi um depoimento, foi mais do que isso, foi um desabafo. O escrivão pediu várias vezes para eu parar pois ele estava chorando e não conseguia digitar. Foi muito difícil relembrar cada momento, foi como reviver, mas o fato de ele ter causado a morte dos meus filhos fez com que ele fosse preso imediatamente.

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Mas ficou preso só 4 anos, por bom comportamento.

Mudei de cidade, de nome, de vida, mudei o túmulo dos meus filhos, troquei de amigos, de cor de cabelo, de profissão, mudei até os documentos, foi difícil mas sinto como se tivesse reencarnado.

Depois de 3 anos de todo o ocorrido, conheci alguém muito especial, que me trata como uma rainha, me protege, me deu uma vida digna, mudou meu mundo. Em 10 de Junho faz mas um ano que perdi meus filhos, e meu esposo pediu férias para ficar ao meu lado, pois sabe que é um dos meses mais difíceis do ano.

Peço a vocês meninas, que valorizem quem te ama. Até o menor abuso se transforma num grande abuso. Meu ex tinha sinais de desequilíbrio, eu que nunca quis ver. Ele dizia fazer isso porque me amava… enfim tudo era justificado pelo “amor”, até o dia que não tinha mais justificativa.

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