Florescer a alma… e o coração também.

De mim, para ti… e para nós.

Talvez não te apercebas, mesmo que to diga todos os dias, mas eu continuo loucamente apaixonada por ti desde que me lembro.

Já se passou algum tempo desde que nos falamos pela primeira vez, não é verdade? E já lá vai a altura em que desviava o olhar e as minhas bochechas se coravam sempre que me provocavas um misto de emoções ao falar-me ao ouvido.

Ou até mesmo ao desejares um simples bom dia a uma sala cheia de gente. E pilhada de alegria.

Eu nunca te cheguei a dizer, mas o tom da tua voz sempre me provocou um arrepio na espinha. E o suave movimento dos teus olhos sempre me provocou uma espécie de paralisação no pensamento. E a cada toque teu uma palpitação neste meu tão frágil coração.

As minhas mãos perdiam a ação sempre que te via chegar. A minha voz tremia sempre que te falava e, por vezes, até me chegava a faltar o ar. As minhas pernas se enfraqueciam sempre que sorrias e a minha alma florescia a cada vez que sentia a tua respiração bem ali… na minha pele.

Para te dizer a verdade, não me conseguia controlar nem mesmo durante aquelas nossas meras conversas banais. E eu não fazia a mínima ideia daquilo que te dizia. Eu nem me conseguia ouvir a mim mesma. Viajava no tempo ao som das tuas palavras.

Eu não sabia, durante todas as nossas conversas, em que dia, mês ou ano estávamos. Ou até mesmo em que estação do ano vivíamos. Nem mesmo quando olhávamos lá para fora através das janelas fechadas daquela pequena sala com mais de dez pessoas… mais de dez pessoas que nos observavam em segredo… a nós e a todo o nosso amor.

Mais de dez pessoas que nos afirmaram, com toda a certeza, haver amor entre nós… entre dois pobres inocentes corações, que nem imaginavam sequer o que era o amor. Eu fixava-te. A ti. À tua voz. Aos teus doces olhos e ao teu encantador sorriso.

Eu não conseguia ouvir e, sinceramente, nem me consigo recordar de nenhuma das nossas curtas e apressadas conversas daquela altura, como se nos perdêssemos em infinitas corridas contra o tempo.

E, para ser honesta comigo mesma, isto ainda acontece… mas de forma mais confusa ainda. Sinceramente, já nem sei se são os meus olhos que se enfraquecem quando te vejo chegar a casa, depois de um longo e cansativo dia de trabalho.

Não sei se são as minhas pernas que sofrem palpitações sempre que acordas do meu lado e me dás um beijo de bom dia. Ou até mesmo se é às minhas mãos geladas a quem lhes falta o ar sempre que fazemos as pazes depois de uma ridícula e desnecessária discussão por causa do teu tom de voz mais agressivo ou dos meus inevitáveis ciúmes.

Enfim… dissabores e confusões. Mas aposto que este será um dos muitos efeitos do amor: a perda de noção. Uma perda boa e saudável. Tão boa, que me fez perder no castanho dos teus olhos. Tão saudável quanto a ousadia dos teus beijos, que me floresceram a alma. E o coração também.

Laura Beatriz

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