Um dia, uma amiga e eu estávamos falando sobre faculdade, um tópico que surgiu rasgando uma conversa banal. Não lembro exatamente como, mas ela me perguntou o que meus pais achavam sobre isso. Eu retruquei de maneira simples que meus pais não opinavam sobre qual curso fazer ou qual área prosseguir no final. Sua resposta foi hostil no primeiro momento, minha simples sentença não entrava na sua cabeça.
Não era o mesmo com ela, como foi possível deduzir com os recortes posteriores do diálogo. Ela estava visivelmente infeliz com o curso, mas as expectativas dos pais sobre ela, eram mais fortes do que sua vontade de mudar.
Depois dessa conversa, comecei a pensar quantas vezes não fazemos exatamente isso ao longo da vida, suprimindo nossos desejos internos para satisfazer o outro. E não estou falando apenas em grandes escolhas, como a escolha de uma carreira, mas até as menores e banais.
Trocamos nossas roupas ou o jeito de vestir pela opinião de um amigo, um namorado, um familiar. Negamos um hobby tão amado, apenas por uma expressão de desagrado. Mostramos um recorte irreal da nossa vida em troca de uma curtida ou um comentário positivo. Escolhemos outro prato, apenas para agradar um colega. Não cortamos o cabelo ou pintamos apenas para evitar falácias hostis. Continuamos em um emprego desagradável, aturamos um curso desagradável e permanecemos em ambientes desconfortáveis, somente para agradar o outro.
A verdade mais profunda é que não queremos derrubar a expectativa de outra pessoa. Não queremos decepcionar nossos pais, parentes, colegas, amigos e até mesmo desconhecidos. Criamos uma casa de aço feita de uma perfeição irreal para outros olhares. Os demais vendo algo incrível, enquanto você, presa dentro dessas paredes é apenas um cristal destruído.
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Estamos deixando alguém inteiro com nossos pedaços; sorrisos com nossas lágrimas. Seria certo se quebrar tanto assim apenas para montar uma imagem irreal da nossa alma?
Até quando vamos continuar fazendo isso? Até não sobrar nada do nosso “eu” original?
Olho para o espelho e me pergunto: O quanto daquela garota, de mim mesma, restou? Ainda existe alguma parte verdadeira? Se sim, espero que ainda tenha tempo de mantê-la.
Lembro-me da minha amiga e de tantas pessoas se moldando com base em expectativas alheias e me pergunto: como nós seriamos se fossemos apenas nós mesmos, apenas baseadas em nossas próprias expectativas?
Seja qual for sua resposta, acho que ela terminará ou começará com o mesmo sentido: certamente seriamos mais felizes.
Vanessa Silvana
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