Não sei exatamente por que, mas toda vez que alguém tenta me vender a receita do sucesso, da vida feliz, do relacionamento bem sucedido ou da alegria eterna eu automaticamente escrevo o nome dessa pessoa na calçada da charlatanice e, meio sem querer, começo a desconsiderar quase tudo o que ela diz.
Um tanto radical da minha parte, eu sei, mas me soa um tanto desonesto querer vender o mapa pré-traçadinho de caminhos tão pessoais que sempre precisam ser desbravados do nosso jeitinho.
Digo isso porque como vocês já devem ter lido nos meus últimos textos, eu comecei a morar junto com o meu namorado recentemente e descobri, assim colocando tudo em prática de um jeito meio intuitivo, que todas as dicas sobre relacionamento e rotina que eu já ouvi na vida simplesmente deixaram de fazer sentido.
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Descobri que cada casal tem a sua dinâmica e que a graça talvez esteja justamente nisso. Descobri que convivência é a nossa chave das dores e delícias e descobri também que em regra não existe certo nem errado. É tudo um tanto orgânico e um tanto intuitivo.
Descobri que amor tem a ver com se conhecer. Conhecer os hábitos, a rotina e os interesses. Conhecer os encantos e desencantos. Conhecer o pior do outro e ainda assim permanecer com o coração intacto. Descobri que o melhor de tudo são as descobertas e que talvez elas sejam infinitamente apaixonantes.
Descobri que o melhor de tudo é não seguir receitas.
(Perguntei para ele agora há pouco como se faz uma sopa e ele disse que é só jogar carne em cubinhos na água com um monte de legumes e aparentemente essa é a nossa receita.)
Siga a sua. Vai por mim.
Duda Costa
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