Tentei te escrever

Outro dia, enquanto eu escutava a nossa playlist no Spotify e te mostrava mais um dos meus textos, você disse que queria ler um sobre nós. E eu te disse que pra mim é difícil. Demais.

Eu escrevo ficções porque você mantém minha realidade boa demais para ser escrita. Eu não poderia colocar tudo isso no papel. Você preencheu as páginas vazias, coloriu o que era preto e branco.

Você não me completa, você me transborda. Você transborda paz, paciência. Amor. Você é amor na forma mais pura que eu já vi em toda a minha vida. Você é luz mais brilhante que o sol. Talvez você seja o tal anjo da guarda que todo mundo diz que eu tenho. Mas se eu tivesse que te pedir algo, meu anjo, seria para proteger a si mesmo. Porque sem tua alegria, a minha não existe.

Eu não gosto de escrever textos reais. Porque você sabe, não sou de expor meus sentimentos. Eu te amo, mas isso não transparece e talvez você perceba isso nas inúmeras vezes em que eu te dou um fora – que são merecidos, que fique bem claro, seu meloso.

Então eu prefiro a ficção. Eu prefiro reviver amores tristes ou imaginar uma história de um casal que eu vi na rua, no caminho para a psicóloga. 

Porque escrever, para mim, sempre foi uma forma de transformar tristeza em arte. Um refúgio, uma forma de tirar de mim todo sentimento ruim e deixa-lo solto em palavras, para todo o mundo ler. Eu não sei escrever sobre felicidade e isso significa que eu não sei escrever sobre você. 

Sei sim escrever sobre aquele menino que veio antes de você e partiu meu coração algumas milhares de vezes. Eu sei escrever sobre casais dramáticos que se separam. Eu sou boa em descrever uma paixão platônica de quando eu tinha 15 anos e o quanto ela me fez sofrer. Sou capaz de escrever sobre a tristeza que é não ter chocolate quando eu preciso. Mas sobre você? Impossível.

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Não dá pra escrever o quanto eu amo o seu sorriso, ou o quanto eu amo seu jeito meloso e ultrarromântico. Ou que eu ia dormir feliz nas noites em que a gente conversava, ainda no começo de tudo. Ou do dia em que você ficou acordado comigo a noite toda porque eu tinha visto um filme de terror naquela tarde e tive medo. Eu não posso falar sobre o nosso primeiro beijo, que nem foi tão bom assim, mas que foi nosso.

Seria estranho dizer que, algumas vezes, durante o dia, eu me pergunto “quando vai ser o dia em que eu vou acordar?” Pois eu penso nisso muitas vezes. Você é mistura de tudo que eu amo e mais um pouco. Você é indescritível. Por mais que eu tente te descrever em cada palavra. Mesmo com todas as frases e textos escritos no meu caderno de madrugada. Nenhum deles te descreve. Nunca descreverá. Eu não poderia colocar no papel toda a perfeição imperfeita que você carrega dentro de si. E nem sabe.

Mas eu tento. Seria inadmissível não te deixar marcado nesse mundo. Tem gente que diz que quando um escritor se apaixona por você, você se torna imortal. Bem, eu não sei se algum dia meus textos vão se espalhar pelo mundo, se vão ficar famosos ou o que quer que seja. Mas eu preciso deixar a sua marca nesse lugar. Mostrar pra todo mundo o quanto você é lindo. Doce. Gentil. Bobo. O quanto você me irrita e me acalma ao mesmo tempo.

O seu sorriso é uma estrela cadente. Mas eu não preciso fazer nenhum pedido. Tenho você.

Te amo agora e não sei até quando. Dizem que o pra sempre é tempo de mais. Aquela banda que eu adoro diria “pra sempre é um tempo longo, mas eu não me importaria em passa-lo ao seu lado”. Eu não me importaria, eu não me importo.

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