Eu já levei muito xingão, muito furo de balão nessa história de querer sempre ver o lado bom de tudo, de querer ver o lado bom do mundo. Já veio gente pra rir, pra debochar e até pra dizer que assim eu nunca ia ser feliz. Já veio gente trancar o pé e chiar pro meu lado tudo aquilo que eu não tava afim de ouvir.
Já tentaram me botar pra baixo e me fazer acreditar que eu via o mundo distorcido, que tudo era pedra e ainda assim eu insistia em ver a flor. Mas é que lá no fundo, mesmo quando tudo é cinza, tem em algum canto aqui dentro, cor.
Porque o que importa de verdade é que eu sei que quando a alma é boa ela voa. Ela corre, dança, canta e atrai tudo de bom que existe pro seu lado. Positividade que gera positividade.
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E eu sei que sempre vai ter um ou outro pra dizer que é ingenuidade, que é besteira, que é bobagem. Eu sei que sempre vai ter alguém pra vir encontrar problema. Mas se todo mundo ver só o ruim, como é que a gente vai encontrar o que é bom?
Eu sei que o mundo anda corrompido, deturpado e tudo de ruim que vierem me falar. Eu sei que a coisa não tá fácil pra ninguém e que sempre tem um problema chato que parece que veio do além. Eu sei que nem tudo é flores. Só que nem tudo é pedra também.
Se a gente parar um pouquinho, desacelerar essa loucura que é a vida, e procurar nos cantinhos, nos detalhes, a gente sempre vai encontrar algo pra alegrar o coração. Se a gente aproveitar nem que seja por um minuto o vento batendo na nuca, o sorriso de um desconhecido na rua, a risada de uma criança, a gente vai ver, vai sentir lá fundinho, que no meio das pedras, no meio do caos também nasce flor.
Se a gente tentar só um pouco, só por um instante, se a gente tentar de verdade, com vontade, a gente encontra coisa boa, a gente cria coisa boa e irradia espalhando, mesmo em meio a todo caos.
Karoline Krahl