Estive olhando dez anos no futuro. Olhando onde eu estaria trabalhando, como nossa família estaria montada, onde estaríamos morando, quantos filhos teríamos, para onde estaríamos viajando. Pensei no nosso casamento, na lua de mel, nas discussões e compreensões.
Fiquei pensando na conclusão dos nossos sonhos, em começar a viver a nossa vida. Pensei em dormir e acordar do seu lado. Em levar seu café na cama, ir para um jantar, discutir para ver de quem é a vez de trocar a fralda do nosso filho.
Foquei nas alegrias, mas não ignorei as tristezas. Pensei em ser sua fortaleza, seu porto seguro, mas também buscar o seu apoio, o seu afeto, quando as coisas começassem a ser confusas, a darem errado. Quando um cozinha, o outro lava a louça, certo?
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Uma troca de conhecimentos. Daqui a dez anos continuaremos ensinando um ao outro, crescendo juntos, tropeçando juntos, mas seguindo lado a lado. Aplaudindo, sorrindo e chorando um pelo outro. Sempre lutando para surpreender, querendo colocar o sorriso em seu rosto diariamente.
Mas cometi um erro. Olhei muito para o futuro e esqueci o presente. Foquei muito no amanhã e esqueci de viver o agora. Quis fazer as coisas depois e esqueci de dar valor atualmente. Não te levei o café na cama que merecia, não planejei a nossa primeira viagem, dormia primeiro e levantava da cama imediatamente em vez de curtir o tempo ao seu lado.
Agora, o único desejo que ficou é que o presente virasse pretérito para poder realizar o futuro.
Henrique Schmidt
