Dissemos ‘Eu te amo’ – e isso mudou totalmente nosso relacionamento

Casal de namorados andando de mãos dadas na praça

Sinceramente, não consigo identificar o momento exato em que me apaixonei. Não houve amor à primeira vista, nem mesmo amor à 194ª vista.

Não havia um sorriso torto para o qual eu encarei, com saudade, observando os detalhes, hora e local em que meu coração sucumbiu aos seus encantos.

Não havia nenhuma música romântica me levando a uma montagem de realização. Ele não mordeu adoravelmente um sanduíche ou algo assim, deixando-me atordoada de amor. Não era como aquela cena em “As Patricinhas de Beverly Hills” onde Cher percebeu que estava apaixonada por Josh quando uma fonte se iluminou ao fundo.

Nada sobre essa paixão foi cinematográfico, o que quase me deixa exausta. Foi algo lento e oscilante que se infiltrou em meu cérebro e deixou uma marca em minha alma.

Era fácil ignorar as perguntas dos meus amigos sobre se eu ainda estava sentindo ou não aquela palavrinha com a letra “A”. Mas foi mais difícil ignorar o quanto meu coração disparou quando recebi um emoji de coraçãozinho.


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Eu sabia que estava sendo covarde demais para soltar um “eu te amo”, com medo de que não fosse correspondido, que a confissão arruinasse tudo. Eu meio que aceitei a ideia de que, bem… essa é a linha de pensamento dele. Não porque eu realmente acredite nisso, mas porque era uma desculpa conveniente para evitar quebrar meu coração.

Já sou uma montanha-russa emocional por causa desse cara. Certa vez, chorei (para o horror dele, e depois o meu) porque me senti mal por nos fazer perder o ônibus. Então, dane-se, pensei, deixe-o fazer isso … espero … talvez … algum dia dar certo.

Felizmente, eu não tive que arregaçar minhas mangas e fazer isso primeiro, nem tive que esperar muito tempo depois de perceber meus próprios sentimentos.

Ele que me amava uma noite, não muito tempo atrás. Minha resposta foi clássica: “O quê?” Sério, demorei uns segundos para entender o que estava acontecendo.

Mas depois que eu entendi, depois que eu disse “eu também te amo”, fiquei muito aliviada. Estávamos na mesma página! Agora posso parar de ser tão neurótica, de me preocupar tanto com a imagem do meu corpo, ou parar de me preocupar com meu medo de peidar sem querer na frente dele.

Afinal, o amor vence todos os peidos.

As coisas mudam depois de dizer “eu te amo”? Bem, aqui está o que ninguém lhe diz sobre essas três palavrinhas mágicas: não muda nada na sua vida.

Sim, eu ainda tenho medo de peidar enquanto a gente tá de conchinha – e acho que sempre vou ter. Mas eu parei de me perguntar se ele me ama e meu foco principal agora é “como manter esse relacionamento forte“?

Eu continuo tentando dizer mais eu te amo, mas parece estranho e desajeitado na minha língua. Não parece uma mentira, apenas parece que não estou sendo sincera.

Parece que estou forçando esse sentimento em algum lugar que ele não precisava estar. Será que é porque o amor já é certo entre nós?

Recorri a dizer “Je t’aime” de uma forma quieta e hesitante, o que me faz sentir como uma adolescente passando pela fase do cinema New Wave francês…

Em vez de abraçar o que o amor parece entre nós, fico imaginando como o amor deve ser entre nós.

Suspeito que ele possa ser mais comum do que penso, mas também estou convencida de que grande parte da minha ansiedade sobre o amor e meu relacionamento deriva da maneira pouco convencional como nos conhecemos. Nós fomos em alguns encontros, ele parou de responder às minhas mensagens, eu o incomodei até que ele finalmente disse que me amava, e eventualmente começamos a nos ver com mais frequência.


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Eu não posso deixar de pensar, “ah… isso tudo é apenas um acidente. Talvez não fosse para acontecer. E talvez nem fosse essa tal coisa de amor.”

Não me interpretem mal, eu sou muito feliz com ele. Só está sendo um pouco assustador. Parece que há muita coisa em jogo, sabe?!

Sempre fico preocupada se estou sendo irritante ou me perguntando se ele seria mais feliz com outra garota (o que é arrogância da minha parte, porque o cara é crescido e pode escolher com quem quer ficar).


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Para nós, parece que se apaixonar vai confirmar que, sim, isso realmente não era para acontecer, realmente foi um acidente. Você realmente não deveria ter continuado mandando mensagens para ele, Camila!

Acho que a maioria tenta e falha nessa tal coisa do amor algumas vezes na vida. Não posso deixar de pensar nisso e nos relacionamentos anteriores de meus outros amigos e me pergunto como eles conseguiram manter a relação sempre forte.

Conclusão

Depois de vomitar meus sentimentos por todo este artigo, percebi que uma das piores coisas que eu tenho feito é me preocupar com o que é ou não normal para um relacionamento, em vez do que é ou não normal para meu relacionamento.

É mais fácil falar do que fazer, mas percebi que é mentalmente exaustivo tentar descobrir um atalho para o amor.

Além disso, torna o relacionamento muito menos divertido. Eu só vou acabar descobrindo o amor da maneira mais difícil.

Camila Ornelas Gadelha

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