Desde que você resolveu ir embora as coisas ficaram difíceis. As coisas já não funcionam como antes; as horas passam cada vez mais devagar; os dias parecem ter muito mais de vinte e quatro horas.
Meus dias já não são mais os mesmos. O cheiro que você deixou no meu quarto já é imperceptível. O copo que você usou já foi lavado muitas vezes. O caminho que você fazia até a minha casa não sente mais os seus passos.
Todos os dias eu vou ao lugar onde a gente costumava se encontrar, onde eu ia com a desculpa de passear com o meu cachorro.
Bem no fundo, ainda há esperança dentro de mim. Eu sento no banco daquela praça e fico imaginando como seria se você aparecesse por ali e eu pudesse sentir seu cheiro de novo, para que não me esquecesse de como esse perfume me traz você.
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Acho que cheguei a um ponto no qual nada mais me machuca, nada mais dói. Estou anestesiada pela falta sua. Às vezes a saudade bate forte e é impossível impedir as lágrimas de escorrerem pelo meu rosto. Mas não dói.
É como se eu estivesse vivendo no modo automático, que consiste em me conformar com a sua partida e esperar que você volte, mesmo sabendo que você nunca vai voltar. É como se todo o amor que tenho dentro de mim tivesse, finalmente, se cansado de tentar se provar para você e resolveu descansar.
Eu passo os meus dias vendo você em cada canto dessa cidade, casa, quarto, cama. Tudo me lembra você e as memórias boas se instalam como se tivessem acontecido há muitos anos atrás, porque estamos distantes em corpo, alma, tempo.
Algumas vezes eu me lembro de momentos que pareciam tão pequenos quando aconteceram, que quase não dá para lembrar. Espero que um dia você volte e não queira ir embora de novo. É que eu te amo, e não quero apenas ter você por perto.
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