“Estou tão cansado de ter sempre os mesmos problemas…”, suspirei com a minha namorada, enquanto esfregava minha barbas e fechava meus olhos em uma frustração histriônica.
O sujeito às vezes variava, mas o padrão sempre foi o mesmo: sem falha, algumas queixas aparentemente insignificantes (não lavar a roupa ou não fazer compras, por exemplo) dívidas todos os meses enquanto passávamos por uma transição para a vida morando juntos.
Moramos juntos por dois anos, durante os quais experimentamos desemprego, aluguel, aumento dos pagamentos de empréstimos estudantis e contas médicas inesperadas que surgem sempre nessas horas. E enquanto nós nos orgulhamos (isso é certo: ainda estamos felizes juntos) em uma parceria igual, não altera o fato de que nossos níveis de renda até hoje são muito diferentes. Embora hoje nós tenhamos salários modestos, no momento da nossa maior crise financeira, eu estava tirando o dobro da renda da minha namorada.
Como um casal, Ana e eu somos definitivamente um caso de “Os opostos se atraem” – temos diferentes objetivos financeiros, níveis educacionais, carreira e origens culturais, além de ter uma diferença de idade de cinco anos.
A experiência de mudança para outra cidade que ficava há pelo menos 2.000 km de distância de onde morávamos, amplificaram ainda mais nossa disparidade de renda. Ao longo dos anos, crescemos juntos e trabalhamos para enfrentar todas as nossas lutas em equipe. Mas, uma ou outra vez, os assuntos relacionados à dinheiro levavam a argumentos cada vez mais ásperos.
Como muitas pessoas da nossa idade, Ana e eu não tivemos os modelos de responsabilidade financeira mais responsáveis. Nossos pais eram do modelo de “o que é meu é seu” – incluindo contas bancárias conjuntas e dívidas conjuntas. Mas de acordo com a pesquisa, aproximadamente 42% dos casais atuais têm contas bancárias separadas, planos de aposentadoria e cartões de crédito. Nós nos perguntamos: como os casais ajustaram suas finanças para explicar isso?
Uma coisa era óbvia: nós, como um casal, tivemos problemas financeiros que não estavam sendo abordados, e não falar sobre isso não era sustentável.
Levou um tempo embaraçoso para reconhecermos que, embora nossas finanças não estejam unidas, elas dependem uma da outra – assim como nós somos.
Então, como equipe, decidimos sentar todos os meses para um balanço financeiro de 20 minutos: onde nos concentramos em encontrar soluções, sem apontar problemas.
A estrutura do balanço financeiro é simples:
- Em primeiro lugar, cada um falava sobre o que sentia sobre a situação financeira atual e por quê. Ansioso? Frustrado? Aliviado? Ao desempacotar as fontes por trás de nossos sentimentos, ambos nos tornamos muito menos reativos e, em vez disso, procuramos maneiras pró-ativas de enfrentar sentimentos negativos e transformá-los em positivos.
- Depois disso, cada um compartilhava qual seria objetivo financeiro à alcançar. Os objetivos individuais de nosso primeiro mês foram tão simples, que a única coisa que fizemos foi abrir uma conta de poupança para viagens (mesmo que apenas R$ 100 por mês – isso já dá uma diferença e tanto!). E cortamos o Uber para somente uma vez por mês. Em cada mês subseqüente, a gente sentava novamente e fazia um relatório para ver o que melhorou e o que não melhorou em nossas finanças.
- Finalmente, enumeramos alguns objetivos à cumprir para melhorar nossa situação financeira.
Esta estrutura pode parecer simples – até é – mas sua simplicidade fez maravilhas para iniciar um diálogo sobre um assunto frequentemente desconfortável em nosso relacionamento. Nós fazemos o balanço todos os meses, e tem algumas diretrizes simples, mas incrivelmente efetivas:
1- Fale sobre isso (e escreva)
Não importa o assunto. Não esconda nada da outra pessoa! Falem sobre isso com um copo de vinho ou em uma caminhada, ou nos momentos de café mas que seja todos os dias.
Qual seria a opinião de cada um sobre o corte de gastos com compras mensais? Será que compensa continuar pagando a Netflix?
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