Bem que me alertaram sobre você

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Das lições que aprendi na vida, a minha atual fase tem revivido uma: devemos viver as coisas do jeito que achamos certo, ou seja, se alguém diz que você deve fazer x ou y para dar certo, ainda que diga com “a experiência de já ter passado por isso”, você não tem a menor obrigação de concordar e seguir. Isso não significa, porém, que não devemos levar em consideração as opiniões de quem se preocupa com a gente. E aí que chego em você.

Já tinha ouvido falar algumas coisas sobre você. As pessoas falam muito, né?
É que sempre foi fácil saber, uma vez que nossos amigos em comum ultrapassam as dezenas. Frequentamos os mesmos shows e só aí já diminui o círculo de amizades. Só que eu nunca me apeguei à isso, porque pra mim funciona assim: preciso viver, pra depois dizer o que achei.

Então eu fui te dando a atenção que eu tinha, com toda a minha segurança que ostentei a vida inteira.

E a gente foi construindo uma rotina de contato quase que contratual.Falávamos do despertar do dia até momentos antes de dormir. Chat no Facebook, Whatsapp e qualquer outro meio. Eu curtia e comentava suas fotos e posts e meio que automaticamente você fazia o mesmo comigo.Conversávamos sobre tudo o que acontecia em nosso dia. E claro que isso foi alimentando algo dentro da minha cabeça.

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Passei a acreditar que havia alguma coisa aí. Até lembrei das histórias que me contaram sobre você, mas nada que pudesse me influenciar a ponto de mudar o rumo que a história estava seguindo. Pelo menos eu achava que era uma história. Este é o ponto.

Exatamente da mesma forma que passamos a nos falar fomos nos distanciando, ou melhor, você foi. Aquelas mensagens, por exemplo, que levavam segundos para serem respondidas até hoje não tiveram respostas após meus novos envios. E o pior é que passei a me questionar: Será que exagerei em algo? Será que assustei com as minhas brincadeiras? Será que…? A gente tem dessas, né?

Quando uma coisa começa a dar errado a gente passa a achar que o problema somos nós. Eu até acho que isso faz sentido, porque é uma humildade sentimental. Tem a ver com se colocar no lugar do outro, repensar e concluir que: ops, também erramos. Mas nosso caso – “caso” é o único nome que posso dar para isso – não era bem esse. Não que eu eventualmente não tenha errado, mas certamente não o bastante para ruir com tudo.

E aí você, basicamente, cagou pra mim e sumiu. Comecei a ver cada uma das peças desse jogo se encaixarem. Relembrei de tudo que ouvi sobre você e me senti mais uma vítima – que coisa estranha de dizer. Me senti mais um alguém que dedicou atenção e carinho para você que, por sua vez, dedicava atenção e carinho para outras vinte pessoas. Ou mais? E nada contra também, eu só não precisava ser mais um número.

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Não chego a te considerar uma má pessoa, mas concluí que não é uma pessoa boa para mim. Nosso jeito não combina. Você lida com as pessoas de um jeito diferente do meu. E o curioso é que ainda penso em você porque me faz pouco sentido o seu jogo da vida. Me pergunto como que alguém pode ficar de mimimi por tanto tempo, tantos dias, tantas horas, para sumir na velocidade com que aparece o duplo tique de mensagem visualizada? Como? Será que eu que romantizo demais as pessoas? Ou é a minha vontade que falou mais alto que a verdade? É bem estranho de entender.

Bem, o fato é que você pode continuar postando suas selfies ansiosas por elogios sedentos por você. Pode continuar jogando iscas por aí para esperar outro morder como se não fizesse de propósito. Pode continuar exatamente do jeito que sempre foi – a mesma armadilha que caí – pois agora eu que estou cagando para você. Só toma cuidado porque o mundo dá milhões de voltas e você pode encontrar muitas pessoas em uma delas. Tipo eu.

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