Quando se ama uma ruiva

Quando se ama uma ruiva, por definição se é um forte.

Não que para amar uma ruiva se necessite muito esforço ou dedicação fora de medida, não. A verdade é o justo oposto, lhe digo. Amar uma ruiva é fácil e natural como respirar, mas há perigos neste ar que podem abalar os corações mais fracos.

Aqueles que se dispõem a passar por tal proeza o sabem: uma vez cruzada a linha não há recuo. Basta alimentar a chama que ela lhe acende com leve suspiro para ser tomado por um fogo denso e impiedoso que queimará todas as suas pontes para qualquer caminho de volta. Portanto desde já alerto: amar uma ruiva, é ter para sempre o coração em combustão.

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E ter acesso ao coração dela é premiação para os corajosos. As portas de seu peito abrem com a chave do seu sorriso. E perceba que sorrisos ela tem muitos. Há o sorriso de escárnio, o de ironia e o de prazer – que você vai suspeitar ser o que procura, mas não – O sorriso que você precisa ver em seus lábios para que ela abra seu coração é o sorriso de fascínio.

E, se o sorriso é a chave para seu tesouro, o beijo é seu mapa. Não seja óbvio e saiba muito bem onde beija-la. Ela é o avatar do imprevisto e jogar pelas regras lhe gela a alma. Beije-a onde ela nunca foi beijada antes, procure lugares como o ponto entre o peito e o coração, que é um limiar entre o amor e o desejo. Cruzar limiares é algo que sempre encantou a mulher de cabelos acobreados.

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Lilith, dizem, tinha cabelos de fogo. Afrodite foi pintada inúmeras vezes com cabelo carmesim. E eu acho que é aí que se esconde o fascínio de tantos por trás deste gene recessivo: o imenso número de espectros que ela pode ser a cada dia.
Amar uma ruiva é santificar seu aspecto imaculado enquanto aprende-se a adorar o pecado que ela vai lhe apresentar.

Quando se ama uma ruiva, se está sempre suspenso entre o Inferno e o Paraíso. E, cá entre nós, não há lugar melhor para um homem estar.

Entre todas as coisas

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