Quando é pra acontecer…

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Saí tarde do trabalho, muito brava por conta de ter extrapolado o horário, por conta da fome e um calo no pé que latejava até a alma. Como se não bastasse, ainda precisava passar no supermercado pra comprar alguns itens básicos e urgentes.

“Respire, pensei comigo mesma”… e eu louca que sou, mesmo em meio ao caos às vezes tenho síndrome de Poliana e consigo encontrar positividade em fatos que nem sempre são tão agradáveis; sendo assim a vibe voltou ao normal bem rápido e me distraí nas prateleiras do supermercado por um bocado de tempo.

Ao perceber o tardar das horas, paguei minhas compras e corri pra casa, louca pra tomar um banho quentinho e comer algo agradável, alimentos que liberassem as substâncias que produzem alegria e bem estar no organismo: serotonina, dopamina e etc…

Mas como nem tudo está sob nosso controle, ao chegar em casa, descobri que tinha deixado minhas chaves na empresa, — Nu… se tivesse o hábito de xingar, esse era o momento ideal—, mas enfim, respirei novamente e novamente, e mais uma vez, não havia mesmo outra opção, senão buscar as chaves, a menos que decidisse arrombar a porta, mas… melhor não.

Voltei na empresa, peguei as chaves e decidi que não iria me aborrecer por conta disso, pois já tinha sido resolvido e ponto final, portanto, o segredo agora é apreciar o caminho de volta pra casa, o céu maravilhoso e a lua que estava entrando na cheia com uma magnitude irresistível; nesse pausar de consciência e respiração, comecei a me sentir mais leve, peguei o fone de ouvido e botei uma de minhas músicas preferidas. Fiquei tão absorvida pela canção, que nem escutei a buzina de um carro me oferecendo carona; era um amigo que não via há meses.

Hoje quando volto no tempo e me lembro desse dia, um riso solto me faz lembrar que o acaso não existe e que quando algo é pra acontecer, pode o mundo desabar, o trabalho te fazer surtar, você esquecer as chaves e ter vontade de matar a si mesma, mas nada impede que aconteça.

A parte da carona, do bate papo, do convite pra jantar e os meses que se seguiram de um relacionamento leve e pleno, vou deixar pro próximo texto…

Meire Rodrigues

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