Ultimamente tenho pensado muito acerca de como me encontro nesses últimos anos. O meu coração foi tão machucado que se tornou frágil e desacreditado ao mesmo tempo. Não tenho mais paciência para certos filmes e muito menos para ver algumas redes sociais. É que observo muitos casais “fofos” e melosos e não consigo me imaginar naquela situação.
Um dia eu já estive ali, naquele ambiente, aquela praça de alimentação, aquele olhar apaixonado, sem me preocupar com as horas e nem mesmo com o futuro. Eu existia apenas para agradar alguém. Agora não… Depois de tantos tropeços, quedas, arranhões.
Depois do coração dilacerado sofrendo por causa da dor da ausência, depois de choros desesperadores, e de implorar mais uma chance, aprendi que o melhor a se fazer, é evitar envolvimento. Evitar pessoas vazias que não acrescentam nada em nossas vidas.
Entenda, não estou dizendo que não vou amar nunca mais, pelo contrário, quero sim encontrar alguém especial com quem pretendo dividir a vida. Só não agora, só não tão cedo. Por enquanto, ainda acredito que o amor não seja o meu lance.
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O amor é para quem, acima de tudo, ama a si mesmo. Porque não existe essa de amar o outro se não há uma gota de amor por nós mesmos. Como podemos doar aquilo que não temos? Esse é o clichê mais real que existe! O amor-próprio é aquele remendo que conserta o coração quando existe alguma ruptura, quando alguém causa alguma ferida, aparentemente incurável. O amor que sentimos por nós mesmos, nos faz querer seguir em frente, pois, entendemos que nenhum fim vale a nossa paz. Assim, conseguimos cuidar do nosso coração todos os dias.
Tenho vivido nesse lugar de amor-próprio e, pretendo ficar um bom tempo por aqui, até aprender de fato o que é gostar de mim. Se não for assim, não dá pra eu me lançar novamente no amor de outra pessoa. Pois, vou apenas entregar tudo o que sou e construí, a alguém que talvez nem saiba, o que é de fato o amor. O amor-próprio é o único que diz se você merece mais ou se está bom o que você está recebendo. Ele nos faz querer ser recíprocos, porque onde mora a reciprocidade, ao lado encontramos o amor.
Por isso, não consigo mais viver um amor falso somente para alimentar o meu desejo de não parecer sozinha. Preciso primeiro me amar, cuidar de mim, do meu coração. Entender as minhas vontades, os meus desejos e não mais criar expectativas no outro. Eu só tenho uma vida e não dá para vivê-la, agradando a todo mundo. Não dá para entregar o meu coração na mão de qualquer um, isso seria maltrata-lo novamente.
Preciso aprender a ser sozinha e ser feliz com a minha escolha. Quem sabe mais tarde eu volte a reabrir meu coração a alguém que valha a pena. Mas enquanto isso não acontece me satisfaço com as pequenas doses diárias de conhecimento acerca da minha pessoa. Convido você a fazer o mesmo!