Se apaixonar é fácil. Permanecer apaixonando é que é realmente difícil.
Se apaixonar é fácil porque o que a maioria das pessoas pensa ser “amor” é uma reação subconsciente, neurológica e química à outra pessoa.
A atração é baseada em DNA diferenciado, e nós capturamos a atração através de sinais visuais e aromas que sentimos, todos os quais nos mostram que alguém tem cromossomos o suficiente, ao contrário do nosso, para ser um candidato adequado para a reprodução.
(É também por isso que o incesto é algo tão repugnante – não queremos nos reproduzir com alguém que tenha DNA semelhante a nós.)
Mas o que as pessoas fazem é que elas escrevem uma narrativa profunda e mística em torno dessa experiência.
Elas encontram alguém com quem juram que têm uma atração de outro mundo. Elas podem listar as maneiras pelas quais as estrelas se alinharam e parece, sem sombra de dúvida, que todas as “coincidências” em torno de seu relacionamento são um sinal de uma força divina além delas que resulta em estar juntos.
É assim que o cérebro faz sentido da intensa experiência física que estamos tendo.
Mas o que o cérebro não sabe considerar é o seguinte: se eu tivesse que tirar completamente o sexo desse relacionamento, essa pessoa ainda seria alguém com quem eu gostaria de estar?
E aí está o segredo — na verdade não tão secreto — do porquê alguns casais conseguem permanecer apaixonados, e outros casais não conseguem fazer a paixão durar: a amizade.
A realidade é que os casais mas fortes, mais felizes, mais estáveis e duradouros são tanto melhores amigos quanto amantes.
Isto é importante porque o aspecto sexual do relacionamento ocupa uma porcentagem muito pequena do seu tempo total em conjunto.
Seu parceiro de vida é a pessoa com quem você compartilhará pelo menos uma refeição a cada noite pelo resto de sua vida. Ele(a) é a pessoa com quem você tirará todas as férias, passará todos os fins de semana e verá todas as manhãs.
Ele(a) será a pessoa com quem você mais vai conversar, a pessoa com quem você vai fazer compras e a pessoa que estará lá para te confortar em momentos de necessidade e te encorajar em momentos de dúvida.
Essa pessoa precisa ser sua melhor amiga.
A pessoa para quem você deseja ligar para contar qualquer coisa que se passou na sua vida.
A pessoa cuja opinião você mais confia.
A pessoa que você quer estar por perto o máximo que puder.
Porque uma vez que toda ‘magia’ da fase de lua-de-mel desapareça, o que lhe restará é a realidade do seu relacionamento, e esse é o ponto em que a maioria dos casais falha.
O verdadeiro teste da força de um relacionamento é o que acontece quando o sexo não faz mais tanta parte dele. Porque na vida, haverá dias, semanas ou meses em que o sexo estará fora de questão. Talvez você esteja viajando, talvez vocês tenham um bebê, talvez vocês estejam tão cansados depois de um dia cansativo que nenhum de vocês terá disposição o bastante para preparar o jantar à luz de velas.
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E tudo bem. Não há nada de errado nisso.
Mas se você quer estar com alguém que você possa contar mesmo quando você esteja passando por essas tempestades, se você quer estar em um relacionamento que você se sinta confiante de que vai durar ao longo dos anos, você precisa ter certeza que essa pessoa é sua melhor amiga.
Você precisa ter certeza de que não está comprometendo sua vida com alguém que você só pode tolerar por algumas horas num sábado à noite.
Quando seu parceiro é seu melhor amigo, o casamento fica mais divertido. O relacionamento fica mais fácil. Você continua feliz mesmo quando não está vivendo um romance de novela. Você não é julgado por suas emoções, por dúvidas, por “timing” ou qualquer outra desculpa que você tenha.
Relacionamento feliz é quando você pode ter um amor e um melhor amigo, tudo numa pessoa só.
Esse é o amor que dura.
