Difícil mesmo é amar o outro quando as coisas não estão indo bem

É muito fácil amar alguém quando esse alguém é uma representação exata e ideal dos nossos anseios, quando esse alguém nos preenche o vazio e sempre, sempre está ali fazendo de tudo por nós.

Difícil é amar quando as coisas não vão bem, quando o outro está indisposto e hoje não conseguiu nem te desejar um bom dia porque não dormiu muito bem a noite e a semana não está sendo das melhores.

Difícil é amar alguém depois de uma discussão, quando os ventos sopram contra e você só consegue fazer uma oração como quem não tem mais argumentos. É mesmo muito difícil amar quando o outro tem problemas e a gente precisa ser muralha e não barreira, quando o inverno chega e você precisa ser achego, precisa ser abrigo.

Difícil é amar o outro quando o sorriso insiste em se esconder e o choro persiste em aparecer. Como é difícil segurar as mãos quando o orgulho se faz presente e abraçar o outro como quem o desculpa de algum erro. Difícil é amar o outro quando a tempestade vem e parece não querer cessar, quando o café esfria e você não sabe como esquentar.

Difícil é olhar nos olhos do outro e ter compaixão, mesmo depois de tantos erros, mesmo com tantos tombos. É difícil respirar fundo e continuar amando depois de uma palavra que fere, quando na verdade estávamos precisando de um toque acolhedor.

O amor é um mar de imperfeições, sabemos da profundidade de nossas palavras, de nossas atitudes, mas às vezes, na maioria das vezes, não conseguimos medir isso e acabamos afogando o outro com as nossas ondas.

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É fácil amar o outro quando ele nos oferece tudo, quando o outro é sempre abrigo e o sorriso está sempre presente. Difícil é amar na tempestade quando a chuva não quer cessar, quando os ventos estão fortes e você precisa segurar a mão do outro como quem está ali para ser um porto seguro mesmo não sendo tão forte assim.

Se existe orgulho, me desculpe, mas não é amor. Se não tem paciência, eu repito, não é amor. Se as palavras são grosseiras e o tom de voz parece aumentar por qualquer coisa, eu insisto em dizer, não é amor. O amor é paciente, o amor é bondoso, o amor não se ira facilmente.

É difícil sim, engolir nosso orgulho e reconhecer que erramos como é difícil olhar nos olhos do outro e pedir desculpas em tom de vergonha. É difícil ter paciência e tranquilidade quando estamos cansados, fartos e sobrecarregados, quando qualquer suspiro pode ser o estopim para fazer você explodir.

É difícil oferecer ao outro aquilo que precisamos, é difícil entender que hoje de fato não é um dia bom e sim eu vou ficar aqui com você. É difícil largar aquela saída com os amigos porque hoje você não acordou bem e eu sei que mesmo você dizendo: “Pode ir” você deseja que eu fique aqui.

É difícil sim entender que o outro é diferente e mais difícil ainda é amar NAS diferenças. Na teoria tudo parece complicado e distante de ser real, mas quando a prática funciona você entende o quão bonito é amar, o quanto a gente cresce, amadurece e aprende a se doar cada vez mais, cada dia um pouquinho mais. Você aprende que amar é sempre ser mais e nunca ser menos. E que o outro ocupa um espaço que não pode ser preenchido por ninguém.

E então você entende que o outro nas suas imperfeições é o seu encaixe perfeito.

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Thamilly Rozendo

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