Despedidas…

As pessoas não tem noção o quanto alguém vai fazer falta até a hora da partida. Partidas por mais dolorosas que sejam sempre aconteceram, principalmente numa relação a dois. Alguns partem antes mesmo de terem realmente algo (ficantes), outros demoram um pouco mais (namoros) e a minha favorita a mais longa porém mais dolorosa despedida um casamento.

A mais precoce de todas (a qual não me atrevo nem a considerar como uma relação) os ficantes cujo o senso de compromisso é mínimo, na qual o maior compromisso é com a auto-satisfação. Mas quem vos escreve não é nenhum tolo e considera as raríssimas exceções, as quais são aquelas que infelizmente o medo de se machucar ou ser ainda mais machucado é maior que a própria coragem para dar o próximo passo (mal sabem eles que perdem a melhor parte deles mesmo com isso).

Aquela cuja duração tende a ser um pouco maior, onde as pessoas acham espaço para saberem os defeitos e qualidades do outro e assim descobrirem se é isso que querem para um casamento (lógico que isso acontece quando estamos falando de pessoas maduras se relacionando).

Desculpe o tom irônico dessa última parte em parênteses, mas a nossa geração vem sendo um fracasso nessa área. Em 90% dos casos as pessoas namoram por um hobbie, levados pela carência, outros em busca de status mais elevados e não pense que quando falei pessoas maduras estava falando de idade, a única coisa que vem com idade é velhice (não é atoa que temos vários bebês de quarenta e poucos anos). Maturidade é uma decisão constante e consciente de fazer a escolha certa.

Bem, voltando ao namoro que nada mais é que você conhecer o outro, lugar no qual a criatividade juvenil toma conta, onde geralmente não se medem esforços para se mostrar o que sente e do outro lado da moeda onde ocorrem as fatídicas decepções amorosas, onde você percebe que os romances “Hollwoodianos” mentem pra você, onde a partida dói um pouco mais porém a vida continua normalmente depois de um tempo (afinal ninguém é de ferro, se permita sofrer de forma saudável).

E agora vamos à mais longa e dolorosa despedida, o casamento, a jornada onde tudo é dividido com o outro (pelo menos teoricamente). Lugar de maior intimidade, intimidade essa que funciona como uma faca de dois gumes (na mesma medida que é mais fácil mostrar seu amor é mais fácil magoar o outro) pelo fato de conhecer o outro como ninguém mais conhece, lugar onde existem dois tipos diferentes de despedidas (a separação e a morte).

Separação está ocasionada pelos problemas (personalidades distintas, desvalorização, traição e outros milhares de coisas, afinal o bicho louco é o ser humano). Uma despedida triste em que a família é dividida e só piora quando existem filhos, porém com o tempo aprendem a viver dessa maneira.

Por último e mais dolorosa partida, a morte do outro, onde conseguiram ultrapassar os problemas, mas a morte chegou, onde você é separado do seu companheiro de todas as horas, se despedir da pessoa que sempre achava graça de suas piadas (mesmo elas sendo horríveis) a pessoa que realmente te conhecia e por isso o adeus fica quase impossível.

Talvez você tenha ficado triste ao ler esse texto e bem provável que esteja me xingando por isso (ele não tem coração e coisas do tipo) na verdade eu escrevo isso por dar tanta importância por essas jornadas, pra tentar te mostrar que “a vida é trem bala parceiro e a gente é só passageiro prestes a partir”.

Isso é a minha forma de mostrar que as melhores coisas no mundo na verdade não são as coisas e sim essas pessoas “perfeitamente” imperfeitas que fazem cada dia valer a pena.

Enviado por Marcos Paulo Valadares

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