Cresci faz tempo e não faço parte do seu grupo de garotinhas indecisas que adoram viver na margem de uma indecisão

Eu estive presa por muito tempo.
Presa em um grande TALVEZ.
Presa na incerteza que era você na minha vida e nas incertezas que você trazia consigo.

– Talvez a gente fique lá em casa dia desses.
– Talvez eu vá te amar.
– Talvez eu te apresente a minha família e amigos.

Enquanto você chegava cheio de “talvez”, as minhas frases era todas positivas e afirmativas.
Eu queria você junto a minha família, eu tinha certeza que te amava, mesmo você não demonstrando o mesmo e eu tive o maior orgulho de te apresentar aos meus amigos, para que pudéssemos sair juntos por aí.
O pior de tudo, pior que os seus “talvezes” até para onde jantaríamos, pois não podíamos ser vistos pelas suas pessoas, era que eu me deixava viver dentro das grades das suas indecisões.

As pessoas não entendiam como eu, a mulher mais decidida que eles conheciam, havia caído nessa.
E pra falar a verdade, nem eu entendia.
Hoje, olhando tudo de fora, não sei como fui capaz de esperar três dias por uma mensagem de resposta, para dizer o mínimo de tudo que você fez.

Mas o maior talvez disso tudo, é que nem tenha sido culpa sua.
Você era só um garoto, imaturo e mimado demais para um mulher com muita garra e decisão, como eu.
O erro foi meu, de achar que conseguiria transformar os seus vários “talvez” em grandes certezas.
Também errei ao imaginar que poderia transformar o garotinho em homem, quando tudo que você queria era passar de garotinho ao tiozão cool da galera, nunca tomando responsabilidades e se esquivando de grandes decisões.
Até perceber isso, fiquei presa e trancafiada nas suas indecisões.
Ou nas decisões infantis que só me machucavam.

Agora estou livre.
Livre de você e de qualquer outro que chegue com propostas de TALVEZ.
Cansei da prisão.
Não sou o tipo de mulher do talvez.

Cresci faz tempo e não faço parte do seu grupo de garotinhas indecisas que adoram viver na margem de uma indecisão.

Grazielle Vieira

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