Acorda, meu camarada.

E um belo dia, acontece.

Seu crush platônico some. Te exclui das redes sociais.

Você pergunta se aconteceu algo. Ela não responde. E aí vem a dor de verdade. O silêncio digital dói mais do que qualquer “não” falado na cara, seja este proferido ou não com cuidados, floreios ou qualquer frescura do tipo criada para tentar não machucar. Mas que machuca sim, de qualquer modo.

Não, não falemos aqui sobre covardia, falta de educação ou desculpas do tipo. Meu amigo, você sabe: isso não importa. O que importa é que está na hora de encarar os fatos (o que você deveria ter feito há um bom tempo, em vez de ter continuado com essa punhetagem masoquista por anos a fio): ela não te quer. Não vai rolar. Pode estar com outro nesse exato momento, ter se tornado monja ou simplesmente te achar um idiota. Entenda, não há esperança aqui. Na vida, às vezes se ganha, às vezes se perde e às vezes o chão some de seus pés e você desenvolve tendências animais do tipo “tatu que se enrola em um canto em posição fetal e quer que o mundo suma”. É este o caso.

Não adianta stalkear. Não adianta tentar entender o porquê. A única pessoa que poderia explicar não quer falar contigo. O que resta, caro amigo masoquista, é aceitar. Mas nada é tão difícil neste mundo como aceitar que alguém te ignora. Porque mexe com todas as rejeições que se sofre desde o momento em que você vem ao mundo. Ela? Dane-se ela. Encare, tem pouco a ver com ela.

Não, este não é um texto sobre esperança e que vai te levar a caminhadas de mão dadas em dias de garoa ou maratonas com ela no sofá, em tardes de domingo, de séries bonitinhas do Netflix sobre casais formados por pessoas que têm pouco a ver, como “Love”, de Judd Apatow. Que é uma bela série, por sinal.

Este é um texto para se confrontar. Para parar em frente a um espelho, se olhar na cara, perceber que o tempo está passando e entender que não vale à pena gostar anos e anos de alguém que é incapaz de responder o porquê de não falar mais com você.

É um texto para acordar. E você está dormindo faz tempo.

Acorda, meu camarada.

Caio Ramos

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