A coisa mais difícil do mundo é desapegar-se de alguém que você ama.

Há quanto tempo eu não te escrevo?

Proporcionalmente, no mesmo prazo em que a minha voz se calou e a minha garganta secou. Tudo é silêncio desde a nossa última ligação. Sua voz é apenas uma nostalgia registrada em mensagens de áudio. Eu ainda me lembro do seu cheiro, do seu sorriso e do seu olhar.

De vez em quando, me pego olhando as nossas fotos salvas no meu celular. Acredite, eu ainda não tive coragem de apagar nenhuma delas. Talvez, porque isso me alimente uma esperança de recomeço. Com você, de preferência. Você não imagina o quanto é intenso, no escuro da noite, as minhas orações te desejando as melhores bênçãos.

Eu queria te contar o quanto a minha rotina tem sido entediante. Eu continuo acreditando no para sempre e buscando, entre trancos e barrancos, um amor que me faça te encontrar. Sim, é isso mesmo que você entendeu, eu te busco em outros rostos, corpos e atitudes. O mais frustrante disso tudo, é que eu não te encontro. Você é insubstituível. Talvez, porque eu ainda não esteja nem perto de te esquecer. Ou, quem sabe, porque você foi, é e sempre será, o grande amor da minha vida.

O tempo vai passando depressa, mas eu ainda te lembro como se fosse ontem. Me lembro de quando discutíamos no carro, chorávamos, você ficava intolerante com a minha teimosia, eu com a sua tamanha sensibilidade. Éramos frágeis, inexperientes e, completamente, imaturos.

Você já imaginou como seria a nossa vida juntos hoje em dia? Você com marcas evidentes de aprendizados e evoluções, eu com um pouco mais de paciência e amor para te dar. Estabilidade profissional, emocional e uma aliança na mão direita coçando para, brevemente, ser composição da esquerda. Eu te sonho, idealizo nós e um futuro ao seu lado, ainda que distante. Ainda que, para isso, eu tenha que abrir mão de muita coisa. Eu o farei, não tenha dúvidas.

Sigo caminhando com passos cruzados. Não sei muito bem qual caminho devo ir, então, tento controlar o tempo para que ele torne-se o meu aliado na sua espera. Você pode não acreditar nas minhas promessas, mas sabe que, se você fechar os olhos e pensar em quantas vezes eu te fiz sorrir, vai lembrar-se do real significado de relacionamento. Muito além de palavras bonitas, eu fiz acontecer por você e, você, em mim fez morada.

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Eu sinto a sua falta. A sua saudade me aterroriza desde o momento em que levanto da cama, até o instante em que o sono me adormece. Eu queria muito que você soubesse disso tudo, mas não tenho coragem de te contar. Eu não tenho coragem de bater na sua porta desesperada e te pedir de volta para mim. Já se passaram tantos anos, eu continuo sendo aquela louca apaixonada. Um pouco intolerante quando misturo bebida com você no pensamento, eu sei disso, mas é o único jeito de me desligar da difícil realidade de não te ter comigo.

Nos perdemos, em algum lugar, não sei o porquê. Tínhamos respeito, paixão, amor e muita felicidade. Nos deparamos com uma bifurcação, decidimos seguir sozinhos, mas confesso que, embora as mãos não estejam entrelaçadas, o seu fantasma me assombra. Eu tenho medo. Tenho medo desse sentimento nunca ir embora, de te encontrar na rua com outro alguém, de deixar a nossa história para o destino e ele não estiver a nosso favor. Eu tenho medo de continuar estagnada, querendo você sem saber se isso é recíproco. Eu tenho medo de cair na realidade e ela não ser como eu gostaria. Mas tenho ainda mais medo, de terminar essa declaração e perceber que o final feliz só existe nas mãos de grandes autores.

Eu não quero aprender a viver sem você.

Jéssica Pellegrini

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