Se eu fosse chuva

Miles Halter dizia que se as pessoas fossem chuva, ele seria garoa e Alasca, tempestade (ambos são personagens de John Green). Mas aqui, olhando pela janela, que eu penso o que eu seria, se fosse chuva.

O dia começou nublado. Não! Nublado não. Ele começou cinza, com céu baixo, daqueles que parece que vai cair. E ele cai.

Virou chuva forte, de repente, mas diminuiu. Não parou, só diminuiu. Continua com suas gotinhas, aquela chuvinha fina, gelada. Traz um ventinho que, ficar de pijamas cumpridos é tudo o que é preciso.

Ta! Você precisa sair, eu sei. Então, um conjunto de moletom? Não diga que não devo usar porque parece que estou de pijama, porque é por esse mesmo motivo que eu uso.

Consegui sair, fazer umas coisas que tenho que fazer, e o céu não aguentou o peso das nuvens. Caiu de novo. Choveu. Bastante. A rua está inundada, daquele jeito que a água não corre só na sarjeta, mas invade a rua fazendo com que os carros passem e joguem ondas para todos os lados. Um pouco mais forte que chova, posso ver uma moto pequena ser levada pela enxurrada.

Essa água invade o carro quando abro a porta, invade a casa que fica em uma rua baixa, invade meu tênis e me deixa com os pés gelados, enfim, invade meu dia inteiro.

Lembre-se: é outono. Ou seja, essa chuva não vai parar. Se duvidar, ela vai assim o dia todo, a semana… sei lá se não vai o mês inteiro, hein!? No mesmo dia temos frio, céu nublado, chuvisco, vento, e chuvão. Independentemente da ordem. Cai água do céu em todas as intensidades.

Se eu fosse chuva, eu seria um dia chuvoso. Se é pra ter água, vai ter água. Vai ter muita água!

Janaina Toledo

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