Pressa em dizer te amo!

Nos conhecemos através do Facebook. Na verdade, ele me achou. É daquelas pessoas que gostam de stalkear o perfil de desconhecidos e até curtir a foto, afinal, precisa deixar registrada sua visita. Achei estranho e fui visitá-lo. Muito atraente, confesso. Temos quase 20 amigos em comum e isso me levou a pensar que já poderíamos ter saído com a mesma galera. Errado. Os amigos em comum eram aleatórios.

Ele me enviou um convite que relutei algumas semanas para aceitar. Então me cutucou. Nem lembrava mais que existia essa opção no Facebook. Assim que o adicionei, subiu uma mensagem no bate-papo: “oi tudo bem?”. Respondi silabicamente. Semanas depois já estávamos conversando pelo Whatsapp. Bom papo, bonito, charmoso e extremamente educado. Marcamos pra sair.

Dois meses depois me levou flores e fez o pedido de namoro. Nossa, que rápido! Pensei. Mas também não posso negar que fiquei muito feliz e aceitei. Precisamos nos arriscar mais. Nos permitir e se feliz. Sem contar que a combinação daquele rosto com aquele sorriso, por favor, o que é aquilo?

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Conversamos mais um pouco, compartilhamos alguns planos e ele foi embora para sua casa. Tomo banho, deito na cama para tentar dormir ou até mesmo pensar sobre o que acabou de acontecer e ao pegar o celular para dar aquela conferida antes de desligar o WiFi, percebo uma nova solicitação: “André marcou você em um relacionamento sério”. Como assim? Por um lado, achei muito cedo. Por outro, fiquei animada. Afinal, há três anos às pessoas não viam essa publicação na minha timeline.

Uma semana depois saímos para comer como forma de comemoração. Paramos em uma rua sem muito movimento e estávamos no carro ouvindo uma música tão linda que repetimos várias vezes. De repente todas as vozes silenciaram e só se ouvia a música de fundo, bem baixinho. Ele segurou em minha mão e olhou nos meus olhos. Covardia pura. Essa música, esse clima, esse silêncio… vai dar merda. “Eu te amo!” “Whaaat?” Pensei alto. Não consigo lembrar minha expressão naquele momento, muito menos o que eu disse, mas foi algo tipo: “Como? Ah, sei. Eu também.”. Novamente o silêncio. Fomos para casa.

Quatro meses. Existia um apego, mas nasceu um término. Era pra durar, mas foi em vão. Era pra ficar, mas caminhou. Era pra ter amor, não eu te amo. Era pra ser, não foi.

Vanessa Pérola

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