OI, TUDO BOM? MEU NOME É GEMINIANA E EU VIM TE BAGUNÇAR.

Oi, meu nome é Geminiana e eu vim bagunçar a tua vidinha monótona. Tenha santa paciência porque, humanamente, sou insuportável e irracionalmente imprevisível, com notas de irresistível (e de muita modéstia, é claro).

Esse teu jeito sério não me repele, pelo contrário, é afrodisíaco pra mim. É desafiador te imaginar leve e despreocupado, entregue de forma irreversível. Então abandona a linguagem formal quando estiver comigo. Quero saber qual é o palavrão que usas quando se machuca no canto dos móveis, o que te causa medo e qual a tua maior saudade.

Me chamam de desapagada e superficial mas na verdade eles não sabem de nada, são péssimos observadores. Sou só uma boa atriz, fora isso é tudo boato. Estou disposta a fazer planos de envelhecer ao teu lado, assim que descobrir se gostamos dos mesmos filmes e do mesmo sabor de sorvete.

Falando em sabor, se mostra pra mim. Abre logo esse sorriso! Eu sei que tem covinhas nas bochechas, a barba não consegue esconder. A propósito, me deixa te ver sem barba um dia? Aproveita e já tira logo a roupa, ela nos impede de fazer tanta coisa…

Gosta de café? Dizem que meu beijo tem gosto de café e liberdade. É beijo com o corpo todo, com a alma e os sonhos. Já te aviso que gosto de morder, então invente boas desculpas – como ataque de vampiros sedentos -, ou encare o olhar julgador da sociedade civil, aquele olhar de inveja de quem também queria ter passado uma noite em claro motivado por nobre motivo.

Não me peça para abandonar o batom vermelho, quero marcar tuas camisas e tua história.
Não sou toda bagunça. Sou especialista em domingos preguiçosos de poucas palavras e gordices sem culpa. Se fores um bom menino, te deixo escolher a trilha sonora. Los Hermanos, não é? Me conta mais do que tua musica favorita. Dorme com a TV ligada? Tem mau hálito de manhã? Me convida para acordar contigo um dia desses.

Eu quero te emprestar meu coração por um tempo, me encantar, me reconstruir. Cuida de mim por um ou dois dias? Talvez dois meses, duas vidas. Não sou difícil de agradar, minha risada é quase constante. Gosto de canecas estampadas, de assistir pôr do sol e nostalgia pelo retrovisor, suco de laranja no mercado central no fim da tarde, documentários do National Geographic e conversar até dormir.

Não ignora meus olhos brilhantes, quando te disser que passei a noite lendo um livro novo. Me escuta falar por horas sobre os meus sonhos. É só o que estou procurando. Quero te fazer gargalhar por telefone com o meu melhor repertório de piadas sem graça. Me convida para desbravar a madrugada quando a insônia te pegar de jeito? Eu quero bagunçar tua vida, te tirar do sério, te tirar o fôlego, te tirar do chão.

Deborah Anttuart

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