A obsessão por ser “perfeita” e como aprendi a amar o meu corpo

Desde que eu sou uma menina eu tenho lutado com meu peso. Depois de seis anos, o divórcio dos meus pais me fez encontrar refúgio nos alimentos.

Na fase da vida que eu comecei a crescer, e deixei de ser uma criança para ser uma senhora com “curvas”, menstruação e espinhas, conflituaram muitíssimo e minha personalidade tímida e introvertida se fortaleceu.

Quando eu finalmente passei minha adolescência, comecei a cair no amor com o meu corpo e minhas curvas, mas não demorou muito para voltar a se sentir insegura sobre a minha aparência.

Todos os dias na TV, jornais e redes sociais, eu via protótipos de corpos que para mim eram simplesmente impossíveis de alcançar, e isso me provocava uma grandíssima insegurança e tristeza por não se encaixar com essas normas impostas pela sociedade.

No início de meus 20 e poucos anos, eu media 1,70 cm e pesava 85kg; para mim eu estava bem, mas de acordo com o meu peso e massa muscular, para alguns de minha família, eu ainda estava “gorda”.

Todo mundo tentava me convencer a perder peso, foi numa dessa que eu caí no conto da obsessão da sociedade que é expor mulheres e mostrar pra elas o que é ter uma silhueta “perfeita”.

Decidi me consultar com um nutricionista para tentar perder alguns quilos. Surpreendentemente quando eu fui para a consulta, o médico me disse que eu estava dentro do meu pedo, a única coisa que deveria abaixar um pouco era a quantidade de minha massa muscular.

E assim começou minha obsessão em perder peso

Em menos de um ano eu já estava pesando 60 quilos, mas sempre pensava “perder mais 1 ou 2 quilos não seria nada mal”

O problema foi que eu não podia mais parar. A vaidade se apoderou de mim e uma vez que eu não pude mais perder peso (graças a Deus o nosso corpo é sábio e possui um limite), comecei a fazer exercícios de maneira totalmente obcecada.

Eu pesava de 3 em 3 horas, de segunda a domingo. Se eu ficasse um dia sem pesar eu surtava.

O meu corpo não resistiu à esse estilo de vida intenso e assassino. Bastou 1 ano de exercícios totalmente agressivos para que eu tivesse uma contusão na coluna vertebral.

Com 25 anos, eu teria que passar por uma cirurgia delicadíssima, uma recuperação demorada, e um médico que me diagnosticou com vigorexia.

A vaidade e a minha necessidade de ser “perfeita” tornaram minha vida em um esforço diário para recuperar a minha saúde.

Após 10 semanas de repouso completo, eu finalmente conseguia andar melhor, com a minha nova vida. Finalmente aprendi a melhor lição de vida: aceitar e me amar do jeito que eu sou.

Não foi fácil, mas com o tempo, por mais difícil que tenha sido eu comecei a aceitar que o mais importante é cuidar de minha vida.

Na medida em que o tempo foi passando, eu comecei a perceber que os outros me enxergavam de uma maneira diferente do que eu achava.

Hoje, fazem cerca de 3 anos que eu descobri que a vida é tudo que temos, e que ela é pra ser desfrutada. Como chocolate, doces, pães e aprendi a comer saudavelmente e saber que tudo isso agora é bom pra mim.

Espero que minha história ajude muitas outras pessoas. Tomara que ela ajude a você a entender que a coisa mais importante da sua vida é a sua vida.

Entenda que sempre haverão pessoas que tenham alguma crítica sobre você a te fazer, o importante é ignorar e se concentrar em seu bem estar.

Aprendi que se eu for mudar algo em mim é porque eu quero me sentir melhor, não porque os outros disseram que está ruim

Como mulheres, temos uma luta diária contra os padrões de beleza impostos pela mídia e também está em nossas mãos não dar ouvidos a isso.

Este é o corpo que Deus te deu. Cuide dele antes que seja tarde demais. Boa sorte 🙂

Ps: Que vivam as curvas e dane-se os padrões colocados pela mídia.

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