A maturidade nos ensina a desistir

Mal completei minha segunda década de existência, mas quero nesse texto expressar minhas definições de maturidade, baseadas em experiências ou observação cotidiana. De acordo com o dicionário, maturidade é um estágio nobre a ser atingido dentro desenvolvimento. A completude, a configuração total.

Em qualquer esfera analisada, o ser maduro está sempre relacionado com a idade adulta. No entanto, contrariando o senso comum, e audaciosamente o dicionário, quero expor meus motivos para crer que maturidade pode chegar a qualquer momento ou, não raramente, ser uma lacuna permanentemente vazia.

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A maturidade nos ensina a desistir. Passamos a reconhecer nossa absoluta ausência de onipotência e, finalmente, enxergamos a humanidade que nos constitui e equipara uns aos outros. Saber a hora de partir, de resignar-se e abster-se é uma incontestável demonstração de evolução emocional e racionalidade. 

A ausência de coragem, por vezes, não é necessariamente provida pela presença do medo, mas sim pela sensibilidade em reconhecer limites e pontos fracos. Reconhecer quais pontes são efetivamente intransponíveis, não importando o que aquela frase motivacional de Facebook diga.

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A maturidade tem um quê de egoísmo. Deixar de querer abraçar o mundo com as mãos é sinal de estar no bom caminho. Priorizar-se é o start para disponibilizar-se da forma correta, e essas são lições para se aprender aos 17 e revisar aos 57. Diariamente.

Maturidade é uma construção frequente, um lembrete grifado na geladeira dizendo que não é errado desistir, fugir ou esconder-se. Errado é não respeitar limites individuais para, opressivamente, encaixar-se na definição do dicionário.

Deborah Anttuart

Foto: Unsplash

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