Dizem que nossa vida é um enorme jardim, e deveríamos cuidar muito bem de cada detalhe para mantê-lo sempre lindo. No meu, tem muita grama. Daquela macia, verdinha, que dá pra deitar, ler um livro, ou só ficar olhando pro céu. Daquele gramado que acolhe, que conforta.
Bem no meio do jardim, eu sempre quis uma orquídea azul. Plantei várias mudas, cuidei, deixei na sombra, fiz tudo pra florescer. E nada.
Mas no caminho, fui deixando margaridas. Quando olhei-as floridas, percebi que tinham de cores e tamanhos diferentes. Algumas eu acompanhei o processo do botão à flor, outras floresceram de repente. Outras, ainda, eu só percebi que floresceram taaanto tempo depois… Já percebeu como margaridas alegram o jardim. Elas são flores tão simples, mas que deixam qualquer jardim colorido, alegre, bonito!
E na minha jornada, eu sempre olhava para a orquídea. Nada dela. Cheguei ao ponto de desistir de olhar. Mas, minhas margaridas… algumas eu cuidei com taaaanto carinho, que sem perceber, esqueci de outras. Cheguei a pisar e amassar algumas sem nem mesmo perceber, só porque eu olhava para a outras. Umas são tão pequenas, mas estão ali. Qualquer momentinho que eu desvie o olhar das favoritas, eu vejo elas. Parece que nunca murcham. Outras, murcham tão rápido…
Algumas me surpreenderam! Escondiam bichinhos, substancias tóxicas e, acredite ou não, achei até espinhos em algumas. Dei um jeito de tirá-las dali. Eu não poderia alimentar as que fariam mal para as outras ou pra mim…
Eu já disse que margaridas alegram. Mas você já as viu murchar, secar? É tão triste…
Quando menos esperava, ou nem esperava mais, eu já tinha um monte de margaridas, e apareceu no meio do jardim aquela orquídea azul linda!
Essa orquídea me chama de “amor”, me cuida, manda mensagens com coraçõezinhos…
As margaridas? Eu costumo chamar de amigos.