Almejamos. Miramos longe. Desejamos. Queremos. Mas quando conquistamos, todos os nossos sentimentos se tornam banais, tudo é simplesmente deixado de lado. A “grama do vizinho” realmente era mais verde, isso porque não era a nossa.
Esse é um grande defeito nosso. Na realidade, é uma qualidade (a perseverança, a vontade de querer o melhor para nós), que se torna em defeito após a conquista.
Mas, felizmente, chega um momento da vida que isso tudo chega ao fim. Alcançamos um patamar, conquistamos algo, ou alguém, que nos faz perceber que toda aquela luta valeu a pena. Isso nos desafia. Nos faz com que sejamos melhores todos os dias. Isso porque, a partir do momento que nos acomodamos, tudo parte. Sem volta. E temos que retomar o caminho todo do início, sentindo um vazio no peito.
E novamente nos vemos pensando que queremos algo. Queremos mais, sem nem mesmo entender o que é. Relembramos daquele sentimento que tivemos em determinado momento, e tentamos encontra-lo novamente, em outros lugares, horários e de diferentes maneiras.
Aos poucos, vamos percebendo que o caminho que percorremos é tão importante quanto o “prêmio” em seu fim.
Começamos a dar mais valor às coisas do cotidiano. Amadurecemos, nos preparamos melhor, e, finalmente, quando chegamos ao fim do caminho, sentimos que podemos fazer o melhor naquela situação, e fazemos. Aproveitamos. Todos a nossa volta sentem essa energia.
Paramos de querer mais. Passamos a perceber que o conquistado é o melhor para nós, e fazemos tudo da forma mais incrível a cada segundo. A grama do vizinho não é a mais verde. Nós que somos o vizinho.