FOGE COMIGO AGORA?

Que tal se nós fugirmos hoje a tarde? Fico pronta em 40 minutos e já vou sem batom. Eu tô carente do teu beijo, aquele beijo de corpo todo, com a boca, a alma e os sonhos, que instantemente furta meus pés do chão. Eu tô carente de ver as cores do teu olhar bem de perto, com vista de cima e depois de baixo.

De saborear cada sorriso teu, cada risada abafada e criminosa de quem está matando tempo útil em algum cantinho sem barulho de cidade.

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E se nós desligarmos os celulares por um par de horas? Daí a gente se aconchega tranquilos no banco de trás do carro, e divide histórias bizarras do passado, de noites e amores que fracassaram, de distância e até de saudade.

Um dia de folga, longe de buzinas, escritórios, Internet ou relações frustradas. Apenas nós dois e uma playlist de voz e violão. Sem urgências, sem mentiras. Como sempre foi. Eu tô carente de sinceridade e reciprocidade e isso, meu bem, até hoje eu só encontrei escondida contigo, misturando aventura e embriaguez.

Ando carente de ser eu mesma, aquela versão que já conheces tão bem e és capaz de decifrar à quilômetros, entorpecer a centímetros e moldar mais um pouco a cada despedida. Então que tal a gente abandonar os compromissos de hoje e fugir pro nosso canto secreto à beira mar?

Quem sabe já não levas uma ou duas mudas de roupas, e esticamos o passeio até uma fronteira interestadual, só pra tomar uma cerveja com rótulo diferente e ficar de bobeira vendo o sol derreter pelo retrovisor. Então, antes de voltarmos à vida real, e pagar pela negligência da fuga da agenda do tédio, fala baixinho ao meu ouvido que correspondes desde o princípio, e que no nosso silencioso acordo nunca existiu saudade unilateral.

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Quando se trata de nós eu não quero o que o mundo pode ver e invejar, eu só quero que nossa fuga seja diária, sem perder a graça ou o disparar do coração. Sem virar rotina.

Quem sabe a gente não se encontra hoje, naquele tradicional mausoléu, para renegociar nosso termo de parceria? E então fugimos desse medo de se apegar e sofrer de novo, para dificultar o trabalho da saudade, que ultimamente não tem tirado folga me recordando a plenitude que é estar contigo.

Deborah Anttuart

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