A vida anda louca, como diz a música do Vander Lee que não sai da minha cabeça e há dias estou me prometendo largar tudo para ouvir. Não é falta de tempo, eu sei. É a nossa rotina de pequenas declarações de amor nas entrelinhas da louça lavada, do beijo de boa noite, do café na cama. E aí eu acabo, às vezes, dizendo que eu te amo mais como ritual do que como momento único. É triste, eu sei. Me desculpa.
Faz tempo que eu queria o tempo, o gato, o medo, a novela, o jogo e o disco pra te dizer que eu te amo além da nossa vida juntos. Amo as nossas contradições. Amo que você acorde de bom-humor e eu não consiga sorrir antes do café e que, ao mesmo tempo, a vida pra mim seja muito mais leve do que pra você.
A gente vai vivendo uma sequência de dias, de meses e de anos e só em alguns lapsos percebe como é grande a nossa sorte. Eu queria te dizer que a gente deveria prestar mais atenção nos detalhes da nossa vida porque ela é tão linda, que às vezes me pego emocionada pelo emparelhamento das nossas roupas no varal.
Faz tempo que eu penso em te propor que a gente faça um pacto: vamos tirar os sapatos e os problemas quando chegarmos? Eu não gosto mesmo de nada nos meus pés e um dos seus tem aquela pintinha que sempre me faz pensar que você derrubou uma gota de chocolate quando cozinha.
Eu tenho trabalho, você marcou uma cervejinha, vou ver a afilhada, você vai jogar e a nossa agenda parece que brinca de esconde-esconde. Faz tempo que eu queria te propor que a gente se escondesse do mundo e ficasse só sentindo a respiração um do outro. Você sempre disse que as batidas do meu coração pareciam um samba. Ainda bem que você nunca teve preconceito com o batuque.
Essa semana comemoramos mais um ano juntos. Mas faz tempo que eu queria te dizer que mesmo com tudo isso, eu te amo desde o primeiro dia. Mesmo que a nossa rotina repita isso todos os dias.
Fonte: eoh.com.br