Sinto te decepcionar, mas eu não sou ela. Eu sei, no fundo é o que você queria. Mas, não. Nem na tua embriaguez e muito menos na minha sobriedade: eu não sou ela.
Se, quando você me abraça forte, é ela quem você não quer deixar sair dos teus braços, eu sinto te decepcionar: sou eu aqui, não é ela, não. Ela já se foi. Também não foi ela quem te encontrou clamando por um pouco de crença na vida, nem ela quem passou horas te falando sobre tudo e sobre nada.
VEJA TAMBÉM:
Não é ela que recebe as tuas palavras cheias de inconsciências e entrelinhas e se esforça pra tentar entender o que se passa na tua neurose. Sou eu. Mas eu não sou ela e não é comigo que você conversa coisas sérias e bonitas, que você já disse, só conversava com ela.
Eu não quero teu paternalismo e as preocupações rotineiras que tens com ela, talvez porque eu esteja longe de ser ela. Não tenho vontade de te enlouquecer, como ela. Eu que não sou ela, só queria te tirar dessa loucura permanente e te mostrar que a vida pode ser um pouco mais leve.
VEJA TAMBÉM:
Não sou quem faz você pirar, não sou eu a tua lembrança mais viva – mesmo que seja eu, agora, o teu café, tua carona. Ela era intensa, e eu – que não sou ela – te repito que temos tempo. Não tenho o cheiro dela, o gosto dela, a postura dela. Não sou ela e tenho a mim. Que pra você pode ser pouco, mas te garanto que posso transbordar.
Eu não sou ela, não. E até confesso, não quero ser. Agora, se é ela quem você realmente quer, vá logo. Vire as costas, esqueça os problemas. Vá. Só não volte. Porque eu não sou ela, mas também posso não te querer mais.