
Eu sei que você decidiu seguir seu caminho e que teve seus motivos, mas sei também que o que a gente viveu não foi uma aventura qualquer e nem um romance arco-íris, foi muito maior que isso.
Se eu conseguisse colocar em palavras, eu diria que foram os meses mais indescritíveis de toda minha vida. Eu vivi em plenitude a leveza de um relacionamento.
Você foi sem sombra de dúvidas meu amor mais intenso em curto período de tempo; minutos que pareceram horas, horas que parecerem dias, dias que pareceram meses e meses que pareceram pra gente a vida todinha.
E quando digo (a gente) é porque tenho certeza que não vivi essa história sozinha e que foi recíproco.
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Você sempre foi comedor de verbos, mas seus sentimentos gritavam na forma como me olhava, como me beijava, como me tocava; as noites em que o sol despontava no horizonte e ainda estávamos falando bobagens e dando risadas. A troca de mensagens curtas durante o dia só pra saber se tava tudo bem, cada vez que você passava em frente à lanchonete onde nos encontramos e fazia questão de me ligar e relembrar aquele momento.
Não, não digo só por mim que foi maravilhoso, pleno, intenso e que tentamos por dias dar um nome que definisse com clareza o que sentíamos; digo por você também e sou capaz até de validar seus sentimentos.
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Mas a vida — essa deliciosa combinação de surpresas e decepções — tem o dom de nos mostrar que nem tudo que é bom dura para sempre e nosso maravilhoso romance acabou em uma quarta-feira ao meio dia ou num domingo após o jogo do seu time, não sei ao certo…
Não consigo me lembrar nitidamente quando acabou de fato, mas sei que o fim foi chegando devagar, as lembranças fogem um pouco e o discernimento vai junto; também acho que nem importa realmente como o fim começou, só sei que você foi ficando estranho, cabisbaixo, sempre muito preocupado e às vezes até aflito, demonstrava uma ânsia de ficar perto de mim e uma vontade louca de fugir pra longe de nós.
Eu assistia você partir lentamente…
E se eu tivesse feito alguma coisa?
Sim, se ao invés de alimentar suas dúvidas sobre a gente e o futuro, eu tivesse fingido demência e te passado segurança, como você sempre fez? Se ao invés de falar claramente que eu sabia que você estava indo, eu simplesmente te desse razões para ficar?
Eu fiz tudo errado e deixei você partir, eu sabia que você me amava, eu sabia que você estava com medo, mas eu também tive medo e te ajudei a nos sabotar. Eu devia ter dito que você só precisava de um tempo, olhando pra lua, pra entender seus sentimentos… deveria ter dito que essa intensidade toda tem um nome e que é bom, e que faz bem, eu deveria ter cedido ao seu beijo de despedida, mas eu fui uma idiota.
Eu deveria tanta coisa, mas congelei, e não fui capaz de nada pra te fazer ficar, mesmo sabendo que você não queria realmente ir.
Hoje só posso dizer que o que nos uniu foi algo tão grande que não pode ser descrito verbalmente, só sentido e que também não necessita de palavras, porque foi divino demais e mesmo deixando você partir eu ainda não desisti da gente e não desisti de você.