Em casa, no bar ou em qualquer outro lugar

Não sei como conseguimos conversar tanto naquele dia.

O barulho estava, de fato, alto demais. Alguém colocou o volume no último e as pessoas falavam e falavam, como se as palavras gritadas fossem as coisas mais importantes de suas vidas. Vai ver eram mesmo. Quem é que poderia saber?

Em meio a todo esse cenário, eu te olhava e te ouvia.

Em seguida, eu sempre ria e também soltava uma ou outra palavra, assim elas se misturavam e se divertiam, como crianças brincando em uma tarde quente num parquinho qualquer por ali.

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A gente se entendeu tão bem que, mesmo com tanta confusão e informação, era como se estivéssemos numa bolha de ar em meio à cidade. Camuflados, protegidos e longe de qualquer interferência. E olha que as cadeiras ficavam muito juntinhas umas das outras!

Foi ali que eu percebi… estava apaixonada. Porque não importava mais nada, eu nem ligava para o mundo ao meu redor: a cena mais interessante rolava na mesa em que eu estava sentada.

A gente tinha tudo e não precisava de mais nada.

E com toda a minha certeza, decidi que queria esta cena se repetindo muitas outras vezes. Não só na porta do bar, como também em vários restaurantes, no cinema, andando pelas ruas, na areia do mar, no banco da praça ou onde quer que fosse.

Se você me propusesse qualquer loucura, juro que teria aceitado. Se dissesse que viraríamos miniaturas de gente, assim como naquele filme da Sessão da Tarde, e que ficaríamos sentados na beira de um prato vendo o mundo em tamanho gigantesco, eu acreditaria.

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Se você me dissesse que iríamos voltar no tempo para bater papo enquanto uma cena de faroeste bang bang se desenrolasse bem a frente aos nossos olhos, eu toparia a aventura.

Se você me dissesse que flutuaríamos no espaço, em uma daquelas experiências doidas de gravidade zero, soltando gotas d’água ao léu para vê-las voarem junto a nós, eu iria.

Mas as situações nem precisariam ser tão interessantes quanto os últimos exemplos dados: pode pensar na experiência mais tediosa e maçante do mundo. Pensou? Então. Eu também embarcaria nela com você.

E não é porque eu faria tudo o que você quisesse. Para mim, a questão não é quem propõe ou mesmo a situação. É simplesmente porque, nela, existiria nós dois e, com a gente lá, tudo fica incrível.

Porque ao seu lado eu vi que a vida parece ter mais sabor. Senti algo bom, que nunca antes havia sentido. Eu sabia, completamente, que muitos outros sentimentos que eu nunca tinha provado estavam por vir.

E não é que acertei?

Depois dos Quinze

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