A história aqui é muito simples.
Nunca soube lidar com o sofrimento. Nunca fui aquela pessoa que segue o baile sem ter sofrido um bocado antes. O sofrimento quando me abate é tão forte, que não me deixa levantar da cama, me faz ter preguiça de comer, e não me deixa dormir. Quanto mais me esforço pra não pensar no assunto, mais ele vem como uma avalanche na minha cabeça. Mais ele aperta meu coração, menos paz ele me dá. Nos momentos em que o cansaço assume seu posto e me deixa dormir por algumas horas, os sonhos ruins daquilo que me perturba, me perseguem.
Escrevo mensagens, mas não as envio.
Tenho um medo real e gigantesco daquelas pessoas que minimizam a dor alheia. Por isso, me acostumei a lidar com meu sofrimento sozinha. Me banho com minhas lágrimas, que demoram semanas, ou até meses, para secarem. Me fecho no meu mais escuro casulo e de lá não saio, até que tudo pare de doer e que eu consiga voltar a respirar.
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O silêncio grita em mim e eu me afogo cada vez mais, na urgência de desabafar, mas sem ninguém em quem realmente consiga confiar. As relações hoje em dia andam tão banais, que é difícil encontrar alguém que abra o coração para quem tem feridas profundas. Algumas pessoas simplesmente não conseguem sentir empatia pelas outras.
Foi vivendo essas experiências, que resolvi que não devo me calar.
Isso mesmo.
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Me calar, só faz com que a chuva em mim se transforme em um tsunami e que eu me afogue cada vez mais dentro de toda a bagunça que, as vezes, habita em mim. Coração machucado que fica em silêncio, é como se tirassem o nosso ar. O tempo me ensinou que me calar, só faz sangrar. Então, não importa o que aconteça, a gente precisa, ao menos, escrever sobre esse sentimento por aí. Deixar registrado, mesmo no caderno, o que machuca. Tirar do coração e por em linhas.
É assim que tenho sobrevivido nos últimos anos:
Nunca soube sofrer, mas tenho aprendido
A não me afogar,
A não me calar.