É assim que você escuta o corpo de uma mulher

Mulher fazendo pose sensual para ensaio fotográfico

Se você ouvir atentamente o corpo de uma mulher, vai perceber o quanto parece uma cidade, viva em sua abundância, mas adormecida em sua ignorância sobre a magia que viaja pelas ruas e rodovias que cruzam todo o seu espaço.

Ao colocar os ouvidos no peito dela, você ouvirá uma pulsação estranha, um ritmo lento de saltos e batidas que continua sem qualquer público, como um maestro segurando sua batuta bem alto e acenando, e a música caindo e se levantando novamente, continuamente enquanto os músicos continuarem tocando.

Coloque os lábios sob sua pele e repare no azul de suas veias que parece raízes de uma árvore com toques de frutas cítricas. Sinta pulsar sob sua pele o calor de seus batimentos cardíacos, como se fossem parte de você, e assim você sentirá a força que coração dela tem.

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Quando seus lábios beijam sua nuca, deixando arrepios e uma pele agitada, saiba que é assim que você ouve o corpo dela acordar, girando lentamente, bebendo a luz do sol dos seus desejos.

Quando você sussurra amor em seus ouvidos e seus lóbulos sentem cócegas de sua língua, quando sua respiração muda de ritmo, torna-se mais engolida, mais nítida, saiba que é assim que você ouve a aceitação dela por seu desejo.

Quando suas mãos a segurarem e deslizarem pelas bordas suaves de seu ser, ouça atentamente os goles ondulantes de sua garganta, como esse calor se constrói na ponta de sua língua e viaja por seu corpo.

Quando ela geme, sua voz meio mulher meio querendo, ouça cada sílaba que sai de seus lábios como um bocejo no amanhecer de inverno, deixe-a encher a sala, deixe-a reverberar em seus ouvidos lembrando-a da magia que está se desenrolando bem na sua frente, centímetro a centímetro enquanto ela se despe.

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Ouça cada arrepio que percorre seu corpo e só assim você encontrará a avaliação da intimidade.

Ouça cada coisa que ela diz e deixe-a ser seu farol em todas as noites. Mas atente-se nas coisas que ela não diz, a respiração, o arfar e o desdobramento de seu corpo, como um quebra-cabeça de papel que lentamente se dissolve no toque suado de suas mãos.

Ouça o corpo dela e você descobrirá que ela soa como uma cidade, onde muitos passaram e deixaram pichações de suas almas nas paredes do metrô, mas apenas os sortudos conseguiram encontrar morada.