Cansei. Cansei de ser sua refém.
Você só me procurava quando queria se satisfazer e apenas lembrava de mim na hora do prazer.
Quantas noites fiquei à sua mercê? Você nunca soube aceitar um “não” e eu tola, submetia-me à tamanha baixaria. Perdi a conta das vezes em que você me culpava por não querer ir pra cama contigo.
Se em algum momento eu estivesse sedenta por te sentir e você me negasse, eu sob hipótese alguma poderia contestar.
Você dizia me amar. Demorei para perceber que era mentira. Ou melhor, quase uma mentira. O amor só aparecia quando você me tinha em seus braços ou entre minhas pernas. O seu “eu te amo”, só era proferido quando me penetrava.
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Quantas vezes durante a madrugada, tateei o espaço ocupado por você na cama, e ele estava vazio? Muitas vezes te esperei chegar do trabalho ansiosamente, e ainda assim pouco me valorizava.
Meu beijo se tornou insípido, meu abraço sem calor e nosso sexo sem intensidade alguma. Foi aí que você notou que nossos “nós”, haviam se desatado.
Agora, somente em seus lençóis restou o meu cheiro e em seu coração o aperto por ter me mantido em cativeiro.