Nem sempre o amor traz consigo a felicidade. Acredito que, quando ele surge, por mais inocente que seja sua chegada e por mais que esteja cercado de boas intenções, não há garantias de que o novo sentimento será retribuído. A reciprocidade é algo que surge do mesmo modo que que amar: de graça. Ela nunca é forçada. Não se enfia goela à baixo o desejo em alguém.
Acontecer uma paixão à primeira vista é raro, mas sei que acontece. Quando não é o caso, é preciso ter calma e carinho. É preciso pensar na conquista. Esgotada todas as possibilidades de fazer o outro sentir o mesmo, fica aquela sensação ruim no corpo e na alma de que amar é algo nocivo. Besteira. Nem todo plano dá certo, nem todo caminho tem saída, nem todo amor é correspondido.
O sofrimento que acontece a partir de algo ruim vivido é entendível. É normal. A diferença de algumas pessoas é o tempo que elas precisam para se recuperarem depois de sofrem com uma decepção. Algumas parecem até que não viveram esse temido momento. Outras remoem um quê de culpa por não terem conseguido fazer germinar algo parecido com o que sentiam no peito do ser amado. Outra besteira. Amar nunca é em vão, tenho certeza.
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Quando um sentimento tão bonito é despertado em nós, quer dizer que fomos agraciados com um dom. O Amor é para os raros. Não é qualquer um que o aceita de verdade, que abre os braços, que prepara um café e arruma a casa convidando-o para entrar e se sentar. Há quem se feche com medo. Há quem não se recupere nunca de uma desilusão.
Não somos todos iguais, obviamente. Por mais que o sentimento tenha efeitos parecidos, ele age diferente em cada ser vivo. Quando encontra uma resposta positiva no outro, é festa sem hora para acabar. Se dá de cara num muro, paciência. A única verdade sobre o amor é que ele nunca é de mentira. Existente no peito, pode se transformar em flor ou ferida, mas não acaba em nada.
Como bem disse um poeta “se um dia o amor não deu em nada. Não se engane, deu amor”.