Mesmo você desejando que o dia seja claro e pleno, com andorinhas cantarolando pela janela, uma tempestade rasga o céu como uma promessa de mau agouro. Nuvens espessas, pesadas e apertadas nos tons mais intensos de cinza tomam conta de uma cidade.
De um coração.
Nesses dias, os dias “ruins” são aclamados com promessas de desespero. Na tempestade de um coração sem esperança tudo soa tragédia, medo e angústia. Como suportar um dia assim? Não, não é apenas um dia você se dá conta. Alguns temporais duram uma semana, um mês, anos. A vida parece ser feita apenas de erros, momentos ruins, com a chuva martelando sua cabeça, escorrendo pelos seus ombros e pesando como chumbo.
Mas nem só de tempestade a vida se resume. O sol também está ali. Ele sempre está, mesmo que ocultado por uma camada poderosa de escuridão. O sol, aquela estrela brilhante e amarela que simboliza nossos momentos confortantes. Em seu calor, lembramos e vivenciamos os momentos de felicidade, harmonia, o amor que aquece nosso peito vertiginosamente.
A vida é como o céu. Às vezes azul e estonteante, às vezes escuro e fechado. E temos que aproveitar os dois momentos. Em uma tarde tudo que teremos é um travesseiro para chorar e pensamentos injustiçados nos lembrando de nossas imperfeições, e em outra, a companhia de amigos para sorrir. Em uma aurora iremos nos sentir perdedores e em outra, vencedores.
Os tormentos da tempestade são, muitas vezes, um passo para o amadurecimento. Uma rosa não cresce apenas em um solo agraciado com o sol. Se não existir a chuva para regá-lo, a planta será eternamente um broto que, por fim, se definhará.
Temos medos, incertezas, erros, tropeços, lágrimas, tristezas e eles compartilham as mesmas batidas de um peito marcado pela alegria, a fé, certezas, vitórias. Um misto inconstante, inegável e tão notável quanto as manhãs ensolaradas e a tormenta.
Precisamos do sol e da chuva para que no céu resplandeça um arco-íris. Um misto de cores e beleza tão belo e inacreditável quanto à vida.