A nossa história…

Ele sempre soube que eu gostava de escrever. Tive desde de sempre um diário. E ele sabia da existência desse diário.
Volta e meia perguntava o que ali escrevia.

– Muito sobre ti, sobre nós, sobre aquilo que me faz rir, que me faz chorar, sobre amor, sobre o que me vai na alma — respondi.

– Outros amores? — quis saber.

– Sim. Do nosso amor. Da nossa história. De outros amores. De outras histórias. De amores passados e presentes. De paixões e decepções.

Puxou-me para perto de si no sofá, aconchegou-me no seu abraço:

– És única. Não há alma tão bonita como a tua.

Deixei-me ficar aconchegada e adormeci. Estava cansada. Excesso de turnos e muitas horas sem dormir, acabei num sono profundo.

Quando acordei, procurei o seu rosto, mas não estava mais ali. Levantei-me ainda ensonada e tonta e fui até à cozinha. Ali estava ele, sentado de braços abertos e ao seu lado um caderninho com fitas de cetim azul. Sentei-me no seu colo.

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Pegou no caderninho com fitas de cetim azul e entregou-me:

– Para que possas sempre escrever tudo o que te vai na alma.

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Abri o caderno, cheirava a novo e em cada final de página uma mensagem escrita por ele: “és incrivelmente bonita”, “boa noite, querida”, “se precisares liga”, e muitas outras.

– Obrigada — abracei-o…

– Antes que perguntes, as mensagens são para que escrevas e te percas nas tuas paixões, nas outras paixões, mas no fim lembra-te que tens sempre para onde voltar.

– Para o nosso amor… Para a nossa história? — Perguntei.

– Para mim.

E aquele caderninho com fitas de cetim azul, era tudo o que precisava.

Sisi

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