Viver um grande amor é mandatório

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Na minha humilde opinião, viver um grande amor é mandatório. Deveria ser um dever de todo cidadão. Assim como tirar o RG, ir para a escola, tomar banho, fazer xixi. Não é possível que alguém venha para esse mundo sem ficar de quatro por alguém, sem ser ridículo nem por uma vez…

Viver todos os clichês, ter milhões de borboletas no estômago, suspirar, sonhar acordado, sentir o rosto em chamas toda vez que olhar para a pessoa amada.

Não sou romântica, e nunca gostei desse tipo de coisa: “Afe, que palhaçada” repetia para mim. “A gente tem que gostar menos do homem do que ele da gente…senão já viu, né? Somos feitas de idiota”.

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Você acha isso também? Acha que tem que estar no controle da situação, que precisa tomar as rédeas do relacionamento e que não pode flutuar por aí porque a queda será dolorida?

Bom, sinto em dizer que não é possível viver um grande amor sem se jogar. Sem mergulhar de cabeça. Tem que fazer isso despido de tudo e sem medo da água gelada. Sem medo de se afogar, sem pensar nos perigos, sem medo de se machucar por estar mergulhando em águas desconhecidas.

No momento em que fiquei apaixonada, logo no primeiro encontro, já não tinha como retornar. Fugir não iria apagar o que sentia, e ainda viveria o resto da vida com o maldito “e se…” ecoando na minha cabeça.

Quando um amor como esse acontece na vida de alguém, não tem como ir devagar. Bem que eu tentei, juro.

É como tentar entrar em uma piscina gelada aos poucos. Não dá, não funciona. Coloca-se a ponta do dedão na água e depois tira… coloca-se a mão, mas ainda está muito fria a água. Aí vem o medo e acaba com tudo. Esse vai-e-vem não leva ninguém a lugar algum.

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Esse tipo de amor não fica em cima do muro. Não deixa nenhuma sombra de dúvida. É uma flecha certeira do destino, é irresistível, impossível parar no meio ou ir com calma.

Quando eu consegui colocar o medo para fora da minha vida, o amor cresceu ainda mais, pois havia espaço. 

Andava por aí, com uma alegria borbulhante, como uma latinha de refrigerante recém-aberta. Nada tirava meu bom humor, todas as tarefas chatas do cotidiano se tornaram mais coloridas.

Muitas vezes estava no meio do dia, parada em um ponto de ônibus em uma avenida barulhenta e empoeirada, embaixo de um sol escaldante, esperando eternamente por um ônibus que aparecia com a mesma frequência do cometa Halley, mas por dentro só havia felicidade.

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Toda vez que olhava em seus olhos eles brilhavam para mim. Tinha certeza de que havia algo maior naquilo tudo, que o universo nos amarrava de forma irreversível. Havia um nó entre nós, uma conexão que jamais vivi antes… ouvi muito mais de seus olhos do que de sua boca. Seus beijos me faziam ter a certeza de que não haveria outra boca depois da dele. Não precisaria provar nenhum outro beijo, não queria ser tocada por ninguém mais.

 Não acredito que seja possível alguém ter uma conexão, uma identificação tão forte com outra, aleatoriamente. Não entra na minha cabeça que tudo aconteça no meio do caos, que o amor seja randômico, um acaso. Não dessa vez.

E esse tipo de amor é mandatório. Então, quando encontrá-lo faça um favor para si mesmo: dispa-se de tudo que ficou no passado, tire todas as camadas de medo, insegurança e mergulhe fundo. Lá no fundo, onde você não consegue ver é que estão os tesouros mais preciosos.

Thais Moreno

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