Tempestade

Lembro-me de dias lindos.
Céu azul e nuvens brancas como algodão.
O sol brilhava mais que o seu sorriso.
Aquecia minha pele,
Me fazia inteira.

De repente, o tempo mudou.
Os seus sorrisos pararam de aparecer por aqui.
As nuvens se tornaram pesadas,
O céu azul escureceu.
Deu-se início a tempestade.

Os pingos se juntaram às minhas lágrimas.
Me sentia inundada, afogando.
O céu ficava cada vez mais escuro.
Mais lágrimas.
Mais chuva.

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Parecia que a tempestade não passaria.
Parecia que tudo por aqui só queria me afogar.

Abri a porta,
Deixei que a chuva levasse tudo com ela.
Tinha certeza que eu iria junto,
Não conseguia me agarrar aos móveis.

Senti minhas forças irem embora,
Pensei que tudo havia acabado,
Que a tempestade havia me levado.

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Mas acordei.
Vi o que a chuva havia lavado.
Ainda no chão, olhei para a porta aberta.

Haviam pássaros e um sol entre as nuvens.
Nuvens que não estavam mais pesadas.
Nuvens que haviam dado espaço para o sol voltar a brilhar.

A tempestade, enfim, passou.
Foi embora e, enquanto escorria,
Lavou tudo.

Lavou e levou.
Levou a tristeza.
Levou a lembrança dos seus sorrisos.

Levou e trouxe de volta.
Trouxe a cura,
Trouxe o brilho do sol,
O brilho do amor,
Do seu amor.

Grazielle Vieira

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