Ser humano que sente, não faz mais sentido!

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Postou mais uma vez que é desapegado, e que “antes só do que mal acompanhado”? Compartilhou aquele texto cheio de indiretas falando mal dos seus ex? Passou outro final de semana com vários “amigos” e muitas fotos com inúmeras garrafas e depois postou aquela foto com aquela frase, como é mesmo? “… não sei o que… te Jurupinga”?

Já atualizou seus “contatinhos”? Esse é o mais importante! Quando você se sentir sozinho vai precisar fazer o joguinho de “administração de pessoas (vulgo contatinhos)” para saciar o seu ego e afirmar para si mesmo que é mais “ligeiro” que alguém…

Pois bem, acho que já pode se considerar do clube “Pego, mas não me apego”!

Fizemos das relações um jogo de egos! De interesses e desinteresses! Uma disputa bizarra de quem demora mais pra procurar o outro, quem posta mais indireta nas redes sociais, quem tem um círculo social mais despojado que o outro… Batemos no peito e sentimos orgulho de sermos da geração do “Desapego”!

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Demonstrar amor e carinho por alguém deixou de ser algo vanglorioso e se tornou uma disputa que mostra quem é o mais fraco nessa queda de braço.

Mas qual o objetivo nesse jogo? Quem se mostra mais ocupado e desinteressado é o vitorioso? Quem no final fica sozinho é quem leva a medalha? Qual é o real prêmio no final disso tudo?

A verdade é que nós nos bastamos, e quem não for assim, é perdedor! Somos talvez, a geração mais auto-suficiente que já existiu! Não precisar de nada, além de nós mesmos, se tornou “admirável”. Temos a necessidade de agirmos de tal forma que possamos manter o controle sobre tudo e saber exatamente o que estamos fazendo com os resultados desta ação!

E finalmente quando começamos a gostar de alguém, ligamos o sinal de alerta e inventamos um monte de desculpas para que essa pessoa não seja realmente “A pessoa”! – Ela mora longe – Ele é muito alto – Ela tem filho – Ele é recém-divorciado – Ela é baladeira – Ele não é muito de sair… As desculpas são infinitas.

Nos fechamos numa bolha de proteção e não damos espaço para essa pessoa mostrar quem é, o que é, quem gosta, o que gosta, o que quer para vida. Cortamos suas raízes! Na verdade não deixamos nem a semente dessa pessoa cair no nosso quintal.

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Pior é quando você vê as pessoas afirmarem que preferem ficar sozinhas porque amam sua “liberdade”. Queria saber que aula foi essa que eu faltei que ensinaram que liberdade é sinônimo de solidão…

De vez em quando nos comportamos dessa maneira devido ao que outras pessoas pensam ou viveram e não nós! Não nos permitimos gostar de alguém porque hoje em dia “ninguém” presta… – O namorado da minha amiga a traiu – O marido da fulana tem um caso com a secretária – Vi naquele site que todo mundo que frequenta balada é sem vergonha e não “serve” para namorar…

Fico pensando quem de nós nunca sofreu por amor?! Quantos de nós já não fomos traídos (Fisicamente ou não)?! Já não sofremos por gostar de alguém?! Quem de nós não nos iludimos?!

Estamos nos tornando frios e nos orgulhando disso! Ser humano que sente, não faz mais sentido…

É triste ver que a maioria desses “desapegados” dizem para o mundo lá fora que se fecharam para o amor e que não querem mais se envolver com ninguém, mas a noite, ao pegarem o celular, percebem que mesmo o dia “rendendo” cinco solicitações de amizade no Facebook, dezenas de conversas no bate papo, matchs no Tinder e algumas indicações de aplicativos, a sensação de vazio revela para o travesseiro que tudo o que querem é um abraço caloroso com gosto de presença!

Eu não estou aqui dizendo que nós temos que sentir, fazer e acontecer com alguém que mal conhecemos… Estou dizendo que me preocupa ver as relações cada vez mais desumanas! Talvez eu esteja incomodado porque no fundo, no fundo, acredito que os relacionamentos são mais que isso que fizemos deles.

Eu queria saber… aonde eu baixo um aplicativo que humanize as relações?!

Leonardo Cabral

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