Reservei nosso amor

Nenhuma combinação de signos ou a minha mãe quem dizia que éramos — somos — almas gêmeas. Sempre foi a nossa sintonia. É aquela coisa de se completar. Feito pó de café e água. Tênis e atividade física. Caneta e papel. Amor e poesia.

Sempre tivemos aquele cheirinho de fruta fresca. De amor novo. De novidade. Por mais que já tínhamos passado da adolescência, era como se fosse o primeiro amor. Borboletas no estômago, mãos suando frio e o coração parecendo bateria de escola de samba.

Era um amor queríamos viver de verdade. E vivemos pelo tempo que pode durar. A vida nos cobra responsabilidades, novas histórias e destinos traçados. E nessa vida — como em todas as outras — querer não é poder. Têm horas que temos que aceitar o que está vindo por aí e entregar os pontos.

Nosso adeus foi doído — como toda despedida de quem se ama — mas foi um adeus com jeitinho de “até logo”. Nossas mãos se soltaram, mas, no fundo, sabíamos que apesar disso, os nossos corações permaneceriam conectados não importasse a distância que nos separasse.

A dor passou quando comecei a ver que nosso amor é como uma reserva. Por exemplo: quando amo muito algo e naquele momento não posso levar, peço para reservarem. Depois eu busco e levo comigo. Assim encaro nosso amor. É algo que eu amava — amo — muito e queria — quero — muito, mas era inviável ser meu naquele momento. Então, em uma outra ocasião, nos encontraremos novamente e o viveremos.

Nosso amor está reservado em um potinho bem guardado e em um lugar especial em minha vida.  

Reservei nosso amor para quando estivermos preparados para mudarmos a condição “eu e você” para “nós”. Quando estivermos maduros o suficiente para viver tudo aquilo que — por escolha do tempo — tivemos que adiar. Para quando o destino e o tempo estejam a nosso favor.

E principalmente, reservei nosso amor para quando for a hora certa. Não adiantava insistir num momento tão errado das nossas vidas. Então, que passe o tempo que for e quando o dia, para qual está reservado nosso amor, chegar, nos encaixemos novamente como as metades de um coração.

Giovanna Sabrine

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