Em meios a sentidos e contrastes, surgem ideias, surgem planos e sonhos.
Observo pessoas em seus mundos e fico a imaginar seus pensamentos, seus medos, angústias, felicidades. Nenhuma vida é igual a outra.
Semblantes fechados, sorridentes, alguns cansados do fim de semana, outros recompostos. Vejo e admiro outras belezas, seus tons de pele, sorrisos diferentes, línguas e sotaques se misturam em meio à multidão. Entra e sai de pessoas com seus destinos desiguais. Destinos diferentes. Engraçado como todos ali parecem ter o mesmo sentido.
Por mais que pareçam semelhantes dentro do mesmo vagão, seus destinos cruzam aqui mas se desfazem na estação seguinte.
Algumas pessoas chegam a esboçar reações, ao ler uma mensagem, ao ler um livro, ao falar com o amigo do lado, com o desconhecido, com o namorado à espera do seu real destino. Os beijos ecoam pelo vagão do trem “Love is in the air”.
Não me incomodo de forma alguma com essas expressões de amor espalhadas por aqui. Pelo contrário. Sorrio e chego a perguntar “em que grau de relacionamentos será que eles estão?!”. O início de tudo é tão lindo. Continuem assim.” Foi um desejo sincero. Meu coração até se alegrou com esse pensamento.
Do lado um rapaz lia concentrado um livro cheio de números, outra pergunta me veio baixinho em pensamentos “será que ele está a entender aqueles números?! Desde quando números se leem?!”
Nunca fui fã de matemática, os números sempre me assustaram e a soma apesar de ser a mais fácil quase não uso, sempre faço uso mais frequente da subtração.
Enfim chega a minha estação, me despeço daqueles que ali chegaram a fazer parte da minha vida por aqueles instantes. Talvez ou certeza não verei nenhum deles outra vez. Ou quem sabe o destino do vagão nos faça encontrar novamente. Nunca se sabe.
Enviado por Carla Martins
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