Não é errado mudar

Permita-se mudar enquanto há tempo. Agora, que ainda és livre para se reinventar sem despedaçar ninguém além de si mesmo. Corra dessa prisão de fábulas antigas, e vá viver sua versão arejada e madura, seus sonhos realistas e terrenos. Não se autorize a alimentar o temor das críticas ou do espanto alheio, mais do que alimenta a sua verdade. Sua singular, relativa e particular verdade.

Somente nós podemos testemunhar nossa verdade, porque a conhecemos desde quando era pequena e frágil semente de dúvida, e a regamos com experiências diárias, tornando-a forte e incontestável em nosso horizonte de convicções. Somos livres para descobrir, inventar, revirar ou inverter nossas verdades. Matar no peito os olhos incrédulos de quem não entende como é possível irmos pro norte se até ontem sonhávamos com o sul.

Viver tem tanto de se adaptar e se apaixonar pelo que já estava ali desde sempre. Aprender a sonhar com o que já é real, romantizar o que é monótono. E o mais importante, ser grato, a cada respiração, pela liberdade de mudar nossa definição individual do que é perfeito. Mudar por completo a visão que temos de nós mesmos daqui a 8 ou 10 anos. Viver é uma constante mudança do que parecia imutável. Que possamos ter coragem para quebrar os votos que havíamos feito à versão que éramos, e abraçar, conhecer e desbravar quem somos hoje.

Deborah Anttuart

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